REsocial Innovation é um dos nove projetos finalistas do Prémio Europeu de Energia. A votação online para escolher os vencedores decorre até ao dia 5 de junho. A iniciativa acontece no âmbito da Semana da Energia Sustentável promovida pela Comissão Europeia.

É português e está entre os melhores projetos de eficiência energética da Europa, o que é “naturalmente um orgulho” para a Coopérnico, a criadora do REsocial Innovation.

O projecto nasceu com uma missão simples: produzir energia renovável em instituições de bem-estar social. Ao mesmo tempo, ajuda essas “organizações a obterem uma fonte extra de rendimento”, como explica Nuno Brito Jorge, director da cooperativa portuguesa de energias renováveis.

O REsocial Innovation arrancou em 2014, com apoio de investidores, em parceria com a APPACDM Lisboa. A associação de apoio a pessoas com deficiência recebeu 218 painéis solares fotovoltaicos no seu telhado. Em troca, a APPACDM recebe uma “renda pela ocupação do espaço para produzir energia, bem como a doação dos equipamentos no final do período de contrato”.

Aos olhos dos criadores do projeto esta é “uma forma de fazer a diferença juntando o necessário ao útil e ao agradável” e, por isso, estão já em curso novas parcerias com instituições.

O RESocial Innovation foi um dos nove projectos a integrar a listagem de finalistas do Prémio Europeu de Energia, prémio da Comissão Europeia (CE) que reconhece a inovação no setor das energias renováveis. “Somos a única cooperativa de renováveis nos finalistas, os únicos portugueses e, na nossa categoria, o único projeto implementado sem financiamento da CE. É uma excelente oportunidade de divulgação do nosso trabalho”, afirma Nuno Brito Jorge.

O prémio está inserido na Semana da Energia Sustentável. Com a iniciativa, a Comissão Europeia pretende sensibilizar os cidadãos para “a luta contra as alterações climáticas” e dar a conhecer “as boas práticas e ideias sobre a energia segura, limpa e eficiente”.

Para o director da Coopérnico, ainda há muito por fazer no campo da produção de energia renovável. “Há indicadores que apontam para uma preocupação elevada com a eficiência energética, sendo que se mantêm, sobretudo no domínio da administração pública, barreiras que muito dificultam o aproveitamento do potencial de eficiência que existe em Portugal.” Nuno Brito Jorge refere, por outro lado, o programa de incentivos ao crescimento Portugal 2020 como um entrave: as empresas deixam os projetos dependerem dos subsídios “quando muitas vezes existem investidores que estariam interessados em financiar sem subsídios” e, ainda, devido aos “atrasos do programa” os “bons projectos são consecutivamente adiados”.

Conhecidos os finalistas do prémio, é agora tempo de apurar os vencedores. Estão a decorrer as votações do público até ao dia 5 de junho no site (www.eusew.eu) da Semana da Energia Sustentável. Os vencedores serão anunciados no próximo dia 14 de junho, em Bruxelas. A Semana da Energia Sustentável comemora-se de 13 a 17 de junho.