Servida em lata. A primeira bebida aromatizada à base de vinho, “Escandaleira”, foi apresentada no dia 12, tendo a esplanada da Lisboa Vadia, no Largo Adelino Amaro da Costa, servido de palco para o evento.
Rui Ferreira trabalhava em Angola há cerca de 4 anos quando, em 2014, numa das deslocações de província para província e com muitos quilómetros pela frente, comprou “uma lata com um café gelado e pensei “agora um vinho fresco é que me sabia bem” e foi uma ideia que foi ficando na minha cabeça”.
“Pesquisei muito e tentei perceber que já existia algo do género em Portugal, porque queria que fosse uma novidade e se não o fosse, provavelmente, nem avançava com a ideia”, refere o topógrafo, e “quando cá cheguei pus mãos à obra, procurando um produtor 100% nacional e que me fornecesse aquilo que eu idealizava: um vinho branco e um vinho rosé, leves”.
Esta escolha pretende atingir “malta mais nova, entre os 18 e os 30, 40 anos” porque “a partir daí as pessoas já são mais conservadoras, preferem ser servidas em garrafa e existe todo um tradicionalismo associado à rolha de cortiça”.
Foi Vera, esposa de Rui, quem nomeou a bebida servido numa lata de 250ml e, se pensávamos que a sua origem se devia ao modo como este é apresentado, logo as dúvidas são desfeitas:
“Trabalho numa área que não tem a ver com isto e, no futuro, correndo tudo bem como espero, posso ter que a abandonar, o que seria um escândalo”.
Também Guilherme e Gustavo, filhos do casal, apostam no sucesso da “Escandaleira” porque, segundo este, “é uma ideia inovadora, mais original e nunca tinha visto uma lata assim, tão colorida e com bonecos giros”.
As latas coloridas, de aspeto jovem, leve e com uma linguagem apelativa são da responsabilidade de Débora Castro, que Rui considera “genial nas frases que inventa e, a ideia é mesma essa: é até nos enrolar o palato”.
Os maiores obstáculos foram a dificuldade em encontrar quem engarrafasse, em Portugal, a quantidade pretendida inicialmente (cerca de 250 mil latas), pelo que o engarrafamento é feito nas Astúrias e, principalmente, a burocracia necessária para a aprovação, por parte de organismos públicos, uma vez que, “a lata tem que ser certificada, tem que ter uma garantia que não existe qualquer alteração ao produto, pelo menos, durante 1 ano”.
Os curiosos podem encontrar mais informação no site, mas, quem gostar de um bom escândalo, pode provar a iguaria (idealmente servida a menos de 7 graus) no evento de música eletrónica que se inicia a 19 de junho, na Tapada da Ajuda: o Brunch Electronik