A seleção portuguesa deixa a Croácia pelo caminho, nos oitavos-de-final, depois de ter vencido por 1-0 já no final do prolongamento. A equipa das quinas aponta assim a sua primeira vitória no campeonato europeu e garante o acesso aos quartos-de-final, frente à Polónia. A anoticia.pt esteve no Terreiro do Paço a acompanhar as opiniões dos portugueses.
Foi de cachecóis no ar que, ontem, se ouviu o hino nacional e o apito que deu início ao primeiro jogo “mata-mata” da selecção nacional no europeu de 2016. Nas escolhas de Fernando Santos para o onze inicial estiveram três estreias em competições europeias pela seleção. Cédric, José Fonte e Adrien Silva juntaram-se a Raphael Guerreiro e Pepe na defesa, William Carvalho, João Mário e André Gomes no meio campo, Ronaldo e Nani no ataque, com Rui Patrício à baliza.
O confronto entre as duas seleções acabou por anular as grandes individualidades em campo, com ambas as equipas a jogarem pelo seguro. Sem grandes sobressaltos, a primeira parte é marcada pela oportunidade de cabeça de Pepe aos 24 minutos que passa por cima da baliza. “Foi uma primeira parte equilibrada. A equipa esteve bem, mas ainda não houve grandes ataques. Foi um jogo fechado, as equipas estão à espera que alguém erre”, afirmam Pedro Barros e Ruben Afonso.
Na segunda parte, com Renato Sanches em campo, o ambiente demora a aquecer, mas aos 61 minutos o croata Vida consegue trazer algum ânimo ao jogo com um cabeceamento à baliza. Logo depois, surge o primeiro grande lance polémico com um pontapé de Strinic sobre Nani dentro da grande área da Croácia. Jogadores e adeptos ficam a pedir o penálti. “Se fosse no meio-campo tinha sido falta, como foi na área o árbitro não marcou mas é penálti, na minha opinião”, afirma Guilherme Cabral.
No final dos 90 minutos de jogo e ainda sem ocasiões de golo para a equipa portuguesa, não havia fim à vista e os nervos começam a surgir. “Esta segunda parte foi muito fraca. Parece que Portugal não quer subir no terreno, deixa a Croácia jogar – apesar dela também não estar a fazer muito -, falta atitude aos jogadores”, afirma Francisco Veiga.
“Apesar do jogo ter sido dividido, acho que as melhores oportunidades acabaram por ser para a Croácia que acabou por ser muito mais acutilante no último quarto do terreno, ou seja, quando era preciso tomar uma decisão de finalizar, a Croácia foi muito mais objectiva”, afirma Bruno Gonçalves.
O prolongamento chega, mas as chances teimam em não aparecer para ambas as equipas. Ricardo Quaresma, dentro das quatro linhas desde o final dos 90 minutos, vem dar alguma frescura ao jogo já marcado pelo cansaço visível dos jogadores. “A primeira parte do prolongamento foi igual ao jogo, um jogo apático em que ninguém está a arriscar e ninguém quer cometer um único erro. A nossa arma secreta é o Quaresma”, afirma Tomás Parreira a pouco minutos de começar a segunda metade.
Já novamente em campo, as oportunidades começam por surgir para a Croácia. Primeiro na sequência de um pontapé de canto com Vida a cabecear por cima da baliza vazia e com Rui Patrício no chão por ter escorregado. Depois, no lance em que o poste da baliza portuguesa foi decisivo. É na resposta ao ataque dos croatas que Renato Sanches conduz a bola até Nani. Surge Cristiano Ronaldo do lado esquerdo da baliza que faz um remate enquadrado e defendido por Subasic. É Quaresma, isolado, a finalizar a jogada e a empurrar a selecção nacional para os quartos-de-final.
“O Quaresma é o nosso talismã. Na minha opinião deve entrar sempre já com o jogo a decorrer, porque é um jogador que consegue mexer com a equipa e hoje foi fundamental para que pudéssemos passar à próxima fase”, afirma Bruno Gonçalves.
“Ao contrário do último jogo [frente à Hungria] em que sofremos três golos porque a equipa estava desconcentrada, desta vez a equipa estava sobre pressão, mas estava concentrada porque sabia que tinha de ganhar. Não podíamos deixar que o jogo fosse a penáltis e assim foi”, afirma Rita Silva.
“A grande estratégia de Portugal começou pelo onze inicial. O Fernando Santos escolheu três jogadores que para mim foram chave neste jogo: o Cédric – tivemos pela primeira vez um defesa direito a sério; o José Fonte – que para este jogo era fundamental dada a capacidade técnica dos jogadores da Croácia, bem como a sua capacidade física; e o Adrien Silva – fundamental para a conseguir que o meio-campo fosse mais sólido. Com estes três, Portugal conseguiu anular aqueles que eram os objectivos da Croácia”, afirma Bruno Gonçalves.
Renato Sanches foi considerado o homem do jogo pela UEFA e juntamente com João Mário são apontados pelos adeptos como as revelações desta selecção.
“Agora temos os quartos-de-final com a Polónia que vai ser ainda mais difícil. A Polónia é uma equipa que joga muito bem, principalmente no ataque, tem dois bons pontas-de-lança, mas estamos com esperança”, afirma Filipe Branco.
Croácia diz adeus à competição e Portugal prepara-se para defrontar a Polónia, nos quartos-de-final já na próxima quinta-feira, dia 30, às 20h00, em Marselha. O jogo será também transmitido no Terreiro do Paço.