A sexta noite do EDP CoolJazz, com o tema “Uma noite, dois concertos”, contou com os Nouvelle Vague, presença assídua nos palcos portugueses, e com a primeira apresentação em Portugal dos Koop Oscar Orchestra.
A banda francesa foi criada em 2004 por Marc Collin e Olivier Libaux com a ideia de partir de hits de bandas como The Clash, Billy Idol, and The Dead Kennedys e reinterpretá-las, com um twist de bossa nova, new wave e dirty blues.
E ontem, nos Jardins do Marquês de Pombal, em Oeiras, as vocalistas Mélanie Pain e Lisette Alea Gonzalez, com uma atuação eletrizante, mostraram que o punk rock das músicas originais ainda está bem presente.
O grupo abriu o concerto de duas horas com “A Forest”, “Master and Servant” e “Ever Fallen”, quando Alea cumprimenta o público com um “Hi, Lisboa, tudo bem? Beleza!”, enquanto pede a sua cooperação: “Querem ajudar-me um pouco? Ou me dão vinho do Porto ou, se não tiverem, estalam os dedos.” Começa a ouvir-se “Dancing with myself” e o público acede ao desafio de Lisette, enquanto esta dança entusiasmada, postura que adota em todo o concerto.
Mélanie Pain questiona “Existe algum Nigel aqui? Michel? Miguel?” e, perante o entusiasmo dos presentes, inicia “This is a song for Nigel”, que se tornou, por momentos a “This is a song for Miguel”.
Com “Guns of Brixton” começam a perceber-se algumas dificuldades no som, agravadas quando Pain interpreta “Blue Monday”, dos New Order e, meia hora após o início do concerto, problemas técnicos obrigam à sua interrupção durante cerca de 20 minutos.
“Desculpa os problemas técnicos. O espetáculo deve continuar!”, afirma Lisette Alea, reiniciando o espetáculo com “Human fly”, “Marian” e “Metal”.
“Dance with me” trouxe as vocalistas a dançar perto do público, enquanto pediam que todos as acompanhassem numa coreografia liderada por ambas. A interacção com o público continuou com “Putain Putain” , “Teenage Kicks”, “Blister in the sun”, “Just can´t get enough” e “Too Drunk to Fuck”.
O tema “Escape myself”, interpretado por uma Lisette Alea teatral, revela que a banda consegue passar de um tema punk para uma balada melódica sem qualquer perda de credibilidade e mantendo o público agarrado.
Naquela que se pensava ser a última música, “Love will tear us apart”, dos Joy Divison, o refrão foi cantado pela audiência vezes e vezes seguidas, seguindo-se o típico pedido para que a banda continuasse a sua performance.
O encore de quatro músicas confirmou a excelente química que Mélanie Pain e Lisette Lea têm em palco, com as artistas a cantarem em conjunto “Bizarre love triangle” e, com a tão aguardada “In a manner of speaking”, também o público foi abrangido por toda essa envolvência e que continuou com “The killing moon”.
“Mala Vida” terminou a performance imprudente, viva e sexy de um concerto que as intérpretes classificaram como o “mais estranho, mas o melhor de sempre”.
O primeiro concerto da noite teve como protagonista a banda sueca Koop Oscar Orchestra, um projeto musical renovado por Oscar Simonsson, fundador dos Koop, e que conta com sete elementos, entre os quais a vocalista lituana Jazzu.
Ouviram-se temas clássicos dos primeiros álbuns da banda, como “Summer Sun”, “Strange Love”, “Koop Island Blues”, Waltz for Koop” e “I see a different you”, mas foram também apresentados temas do EP de estreia dos Koop Oscar Orchestra, editado em junho, como “Always on my mind”, “You stole the saddest heart” e “Livs Palm”, a “favorita de Oscar”, refere Jazzu e que, por isso, teve direito a repetição.
A 13ª edição do EDP CoolJazz termina a 27 de julho, com Marisa Monte e Carminho, mas na terça-feira, dia 26, ainda sobem ao palco Omara Portuondo e Diego el Cigala.