No dia em que os fãs de David Carreira preencheram a Baía, os Voodoo Marmelade chegaram, viram e venceram.
No Dia em que David Carreira estava escalado para atuar no palco das Festas do Mar 2016, não foi com surpresa que ao início da noite a plateia já se encontrava composta; plateia esta que se veio a compor desde a madrugada, altura em que começaram a “acampar” por lá alguns fãs do filho mais novo de Tony Carreira. Entre algumas pessoas que se sentiram mal ao longo do dia, vítimas do calor e outras confusões geradas pela disputa dos “lugares” o staff e a equipa de emergência teve uma tarde ocupada.
Mas já aqui regressamos… Antes disso guardamos as linhas que se seguem à banda que chegou, viu e venceu. Falamos portanto dos Voodoo Marmalade, uma banda com 8 elementos, dos quais se contam quatro ukuleles, um baixo, um baterista e um percussionista. De acordo com João Cabrita, “na origem desta banda é o fascínio pelo ukulele”, sendo os Voodoo Marmelade “uma banda de ukuleles que faz rapsódias de músicas e que também tem composições originais”. Acrescenta ainda que na base deste projeto está “a junção de várias pessoas que vêm de diferentes sítios musicais (…) numa sinergia em que todos se completam e criam uma coisa nova. É como se fosse um Frankenstein musical”.
Num concerto que começaram a todo o gás, num estilo festeiro bastante próprio e de animação permanente, os Voodoo Marmelade percorreram uma série de estilos musicais tais como, Country, Country Sulista, Dixie, Rock, Pop, Disco, Musica das Balcãs e ainda algum Hip-Hop. De acordo com João O’neil a panóplia de estilos presentes na sonoridade da banda existe porque o “ukulele é um instrumento limitado” sendo portanto necessário “arranjar soluções criativas que com um instrumento tão limitado consigas parecer uma orquestra”. Na opinião de João Cabrita [Voodoo Marmalade] é uma banda cheia de talentos e que tem muitos elementos que (…) têm também um gosto musical muito eclético”, acrescentando ainda que “como estamos num registo diferente de ukulele que (…) é uma coisa ao qual ninguém está habituado, podemos fazer tudo o que quisermos. (…) Daí podermos andar do Jazz até à Valsa, Dança, Hip-Hop (…) porque temos essa liberdade”.
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A banda que abriu a quinta noite das Festas do Mar, saudou-nos com um concerto recheado de covers e medley’s (Chan Chan, Oh Narina, Footloose, Lonely Boy, Highway to Hell, Rollin’ on a River, Killing in the Name of, Wege wege, entre outros) rearranjados pelos mesmos com vários bpm’s acima do que foi originalmente proposto e com originais da banda (“Johnny”). Foi desta forma que preconizaram aquele que foi o concerto de abertura com maior adesão e entusiasmo por parte do público. Apesar disto João O’neil afirma que “foi um concerto onde estivemos limitados a tempo, porque 45 minutos é pouco tempo para um gajo conseguir mostrar tudo e conseguir agarrar o público”.
Sobre o álbum homónimo lançado em 2013, João O’neil não esconde que “foi uma surpresa”. De acordo com o mesmo “o processo criativo de criação do álbum começou por uma música e quando demos por nós tínhamos 20 músicas e a criatividade estava a despertar criatividade”. No entanto, acrescenta que “hoje teríamos feito uma coisa completamente diferente, [porque] um gajo já está mais velho, com mais experiência”. Neste sentido e falando já no próximo álbum a ser lançado na Primavera de 2016, João O’neil levanta um pouco o véu afirmando que “este novo álbum (…) é um trabalho que está com um nível completamente diferente”.
Questionados sobre o facto de terem tocado nas Festas do Mar, João O’neil, um habitante da zona, refere que, “tocar num evento com tanto prestígio como as Festas do mar é brutal. Temos imensa pica”. Antes de terminar a entrevista, João Cabrita faz ainda questão de saudar a organização, afirmando que o “tratamento que dão aos artistas (…) é fabuloso; (…) Somos muito bem tratados. Aqui atrás a equipe é fenomenal, sempre preocupada com o nosso bem-estar e assim vale a pena trabalhar e dá gosto”.
Apesar de não poderem ser considerados como os cabeça de cartaz do dia 23, os Voodoo Marmelade mostram do que são capazes e fizeram sombra ao concerto que se seguiria. Goste-se ou não se goste, indiferença não é de todo uma palavra que possamos aplicar a este conjunto de oito. Uma aposta segura que esperamos poder voltar a rever.
Seguidamente subiu ao palco o músico mais esperado da noite. Falamos portanto de David Carreira. Como já é hábito nos seus concertos, o histerismo patrocinado por um público com uma média de idades reduzida não foi exceção em Cascais. Num concerto sem surpresas “David, David, David” foram as palavras mais ouvidas por parte da legião de fãs que desde a madrugada esperava ansiosamente pela chegada do artista.