A Praça de Touros José Salvador, em Tomar, foi sexta-feira, dia 2, palco pelo segundo ano consecutivo da gala organizada pela Escola Equestre Vítor Rodrigues e que teve como objetivo ajudar a Cáritas da cidade.
Luís Boavida, um dos organizadores do evento, explica que “o espetáculo teve origem num grupo de amigos e pela ideia do mestre Vítor Rodrigues e, se no ano passado, foi em prol do CIRE (Centro de Integração e Reabilitação de Tomar), este ano será para angariar fundos para a Cáritas”, defendendo que “apesar de se realizar na praça de touros, contrariamente ao que as pessoas poderão pensar, não há touros no espetáculo e tem sido difícil para nós passar essa mensagem”.
O espetáculo teve a produção de Raquel Rodrigues, uma das filhas do fundador da escola equestre e que explicou que os intervenientes são “aqueles que se empenham e mostram interesse, dentro da escola são aqueles alunos que mostram vontade em participar e dar o litro pela escola e, assim, fazem parte do espetáculo”, salientando que, dadas algumas limitações que têm, isso “exige muito deles, mas sabem que é algo que tem que ser feito”.
Fado, cavalos e danças sevilhanas fizeram parte da gala que se iniciou às 21 horas e durou cerca de 2 horas numa praça de touros com um espaço mais alargado do que no ano passado, mas a entrada na arena de Maria, uma menina com trissomia 21 e de Tiago, com apenas um braço, foram os momentos que reuniram mais aplausos por parte do público.
Célia Bonet, presidente da Cáritas de Tomar, disse que as suas expetativas “foram ultrapassadas porque nunca pensei que a casa estivesse tão composta”, mostrando-se feliz por a instituição “ser a beneficiada por esta maravilhosa iniciativa”.
A presidente da Cáritas referiu que, das cerca de 200 famílias que a IPSS ajuda, apesar de haver casos de sucesso, aquelas que vão ficando são as “crónicas, aquelas que já os avós e os pais eram apoiados e agora são as novas gerações que precisam de ajudam porque têm muita pouca formação e ou muitas limitações”, o que gera algumas críticas. Célia Bonet deixou um recado a quem censura a ajuda a estas famílias:
“As pessoas têm que ter mais conhecimento quando criticam porque não podemos pedir a todas as pessoas de igual forma porque elas não têm as mesmas capacidades. Algumas têm limitações psicológicas e outras têm limitações físicas evidentes, para além de outras. Se para pessoas intelectualmente capazes é difícil arranjar trabalho, estas outras ficam muito vulneráveis e, muito dificilmente, entram no mercado do trabalho”.
Foram vendidos cerca de 3 mil bilhetes, mais mil que no ano passado, tendo havido também quem, para não perder o início do espetáculo, tivesse optado por pagar o valor de 5 euros à entrada.