“Mea Culpa”, de Carla Marisa Pais, foi o vencedor do Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís. Aos 37 anos, Carla Pais, sagra-se vencedora da 9ª edição do Prémio.
Considerou o júri que “Mea Culpa” é “um romance que transporta o leitor para um duro patamar de existência humana e social. Miséria e decadência sob formas violentas que vão do incesto a diversos modos de servidão, circunscrevem relações humanas envenenadas por injustiças e desesperos”. De igual forma foi reconhecido que “a linguagem do romance é ela própria atraentemente crua e distanciada, embora sem nunca perder o sentido da sua orientação literária, quer na riqueza vocabular e imagística quer no alcance da construção narrativa, quer ainda no modo como a memória da poesia acaba por ocupar uma espécie de espaço de luz em vidas dela afastadas”.
Carla Marisa Pais, não tem formação académica superior, porque, segundo afirma, “terminei o 12º ano à noite pois a vida não me permitiu fazer de outra forma”. “Casei cedo. Fui mãe cedo. Tive pequenos trabalhos, fui presidente da Associação de Pais da freguesia de Regueira de Pontes durante 4 anos e responsável do departamento pós-venda numa empresa de material elétrico até ao dia em que decidi que a educação dos meus filhos não podia tocar o incerto. Em outubro de 2012, completamente desiludida com o rumo do país, fiz as malas, carreguei um camião com os restos que sobraram de uma vida e mudei-me para Paris, onde vivo até hoje. Onde sou feliz até hoje”.
“A paixão pelos livros, porque não há outra palavra para descrever a minha cegueira por literatura, foi-se acentuando, agravando, com o avançar da idade. A partir de uma determinada altura, escrever tornou-se tão necessário como ler. Em 2013 ou 14 (não estou certa), confiando na recomendação de um crítico literário que muito aprecio, descobri a escritora Herta Muller, a sua prosa tão poética e tão crua em simultâneo, e resolvi fabricar um conto (“A alma do Diabo”) que concorreu e ganhou o Prémio Literário Horácio Bento Gouveia 2015, na Madeira. Nesse mesmo ano, ganhei também o 3º lugar do Prémio Poesia Agostinho Gomes, com o poema “Assimetria dos lábios”, adiantou Carla Pais.
Carla Maria Pais revela que o romance “Mea Culpa” demorou nove meses a ser escrito – “ o tempo exato de um parto”. Mas “passados seis meses sem lhe tocar, reescrevi-o porque tinha saudades dos meus personagens, que vingaram e foram construídos a partir da minha revolta para com o julgamento alheio, o facilitismo que temos em julgar o outro pela aparência, pelo nome, pelo sangue de família, pela forma como olha ou fala. A capacidade e o impulso que o Homem tem para condenar, espezinhar, humilhar, para demonstrar poder, insensibilidade, arrogância diante dos que considera, aparentemente, mais fracos, dos que não carregam nomes que os protejam”.
O Prémio instituído, em 2008, pela Estoril Sol, no quadro das comemorações do cinquentenário da Empresa, teve como júri Guilherme D`Oliveira Martins, que presidiu, em representação do CNC – Centro Nacional de Cultura,;José Manuel Mendes, pela Associação Portuguesa de Escritores; Maria Carlos Gil Loureiro, pela Direcção Geral do Livro e das Bibliotecas; Manuel Frias Martins, pela Associação Portuguesa dos Críticos Literários; e, ainda, Maria Alzira Seixo e Liberto Cruz, convidados a título individual e Nuno Lima de Carvalho e Dinis de Abreu, em representação da Estoril Sol.
Desde o primeiro momento, esta iniciativa, conta com o apoio da Editorial Gradiva, que assegura a edição da obra vencedora, através de um Protocolo com a Estoril Sol.
O Prémio instituído, em 2008, pela Estoril Sol, no quadro das comemorações do cinquentenário da Empresa, teve como júri Guilherme D`Oliveira Martins, que presidiu, em representação do CNC – Centro Nacional de Cultura,;José Manuel Mendes, pela Associação Portuguesa de Escritores; Maria Carlos Gil Loureiro, pela Direcção Geral do Livro e das Bibliotecas; Manuel Frias Martins, pela Associação Portuguesa dos Críticos Literários; e, ainda, Maria Alzira Seixo e Liberto Cruz, convidados a título individual e Nuno Lima de Carvalho e Dinis de Abreu, em representação da Estoril Sol.
Desde o primeiro momento, que esta iniciativa, conta com o apoio da Editorial Gradiva, que assegura a edição da obra vencedora, através de um Protocolo com a Estoril Sol.