Conhecido como o Carnaval mais artesanal de Portugal há 27 anos que é feito com dedicação, imaginação, engenho e amor pela ‘brincadeira’. Eventualmente, serão esses os ingredientes que, ano após ano, não pára de aumentar o numero de foliões superando todas as expectativas.
A Fanfarra dos Bombeiros de Torres Novas antecedia um corso repleto de personagens de banda desenhada e com ausência marcada pela sátira política. Vinte carros alegóricos, 700 figurantes e muitos foliões espontâneos desfilaram pelas ruas da aldeia da Linhaceira (a poucos quilómetros de Tomar) perante as muitas pessoas que se deslocaram para apreciar, acabando por participar de forma entusiástica.
Contrariamente ao que se encontra instituído em outros carnavais, este não tem tema, pois cada grupo escolhe o seu, constrói os seus carros alegóricos e adereços com inteira liberdade para parodiar.
Sendo um evento gratuito, poderá dizer-se que este é um ‘anti-carnaval’, não recorrendo a ‘brasileirismos’ e os subsídios para a sua realização serem inexpressivos (o carnaval deste ano importa em cerca de vinte mil euros e os apoios recebidos foram de apenas quatro mil euros). Os custos são suportados por receitas geradas por quatro bailes de mascaras, de sábado até terça-feira gorda e, nessa tarde, uma Porcalhada (a façanha de apanhar um leitão num recinto totalmente enlameado).
De forma séria e perfeitamente convicto, um dos naturais da Linhaceira dizia-nos “Queremos crescer mais…temos cerca de 15 mil visitantes para ver o nosso Corso. Aqui ninguém paga para ver e se divertir!”