Todos os anos, 600 milhões de cães são abandonados em todo o mundo, de acordo com dados fornecidos pela ESDAW – Sociedade Europeia de Cães e Bem-estar dos Animais – uma organização não governamental e sem fins lucrativos, ao serviço dos animais.
Em países como a Inglaterra, cerca de 200.000 gatos e 126.000 cães são abandonados todos os anos. No caso de Portugal, os números rondam os 10 mil animais abandonados por ano. Esta prática torna-se mais proeminente no verão, quando muitos donos descartam as suas responsabilidades para ir de férias. No entanto, existem várias soluções práticas para que os animais de estimação viajem com seus donos:
-Documentos Válidos: Em Espanha, ao conduzir dentro de fronteiras, é necessário ter um cartão de saúde oficial atual que tenha sido carimbado por um veterinário licenciado. Ao viajar para um destino dentro da União Europeia, deve também levar um passaporte válido do animal. O microchip de identificação também é importante, caso o animal se perca ou tenha algum ferimento ou acidente. Em Portugal, o chip de identificação eletrónica é obrigatório para todos os cães, mas aconselhado em todas as espécies.
-Dicas para reduzir o stress e o enjoo: Antes de começar uma viagem deve marcar uma consulta com o veterinário para verificar o estado de saúde do seu cão, a fim de evitar surpresas desagradáveis. “O seu cão não deve comer nada pelo menos duas horas antes de sair. Apenas lhe deverá dar água fresca e medicamentos anti-náuseas para prevenir vómitos e enjoos”, recomenda o veterinário Dr. Armand Tabernero. “Para aliviar o stress, existem medicamentos naturais, como valeriana ou passiflora, que não causam efeitos secundários prejudiciais”, acrescenta.
-Nunca deixe o seu cão solto no automóvel: De acordo com as regras de trânsito, os animais devem viajar com segurança para garantir que não interferem com a condução ou com a estabilidade do veículo. Os cães não podem estar soltos no carro, pois podem ser cuspidos violentamente em caso de acidente, de onde podem advir ferimentos mortais, quer para os animais quer para o condutor.
-Transportadoras, arneses e divisórias para a segurança de todos: Cães de porte pequeno podem viajar numa transportadora colocada no chão do banco traseiro ou presa com o cinto de segurança. De acordo com Miquel Contijoch, responsável pelos acessórios da SEAT, “os cães de grande porte podem ser colocados na bagageira com uma divisória rígida que os separe dos passageiros”. Para cães de qualquer tamanho, existe a opção de os proteger no banco traseiro com um arnês de um ou dois pontos, preso ao cinto de segurança.
– Coberturas de proteção para o banco traseiro e bagageira: Os cães podem largar muito pêlo e tendem a babar-se devido ao stress de viajar ou ao calor. “Proteja os estofos e mantenha as almofadas dos bancos limpas, colocando capas protetoras no assento e no chão da bagageira”, diz Contijoch.
-Abra as janelas, mas não deixe que o seu cão coloque a cabeça de fora: Durante a viagem, é uma boa ideia abrir as janelas de vez em quando para ventilar o interior, mesmo que o ar condicionado esteja ligado. No entanto, evite que o seu cão coloque a cabeça de fora, pois isso pode causar infeções nos ouvidos e nos olhos do animal.
– Estacione à sombra e vão todos esticar as pernas: Em todas as viagens, e especialmente no verão, é importante parar para descansar, pelo menos a cada duas horas, para que todos os ocupantes do carro possam esticar as pernas. É uma boa ideia manter as janelas um pouco abertas e nunca deixar o seu cão dentro do carro. Esta paragem será um bom momento para descansar e deixar o seu cão beber um pouco de água.
– Uma recompensa quando chega ao destino: Depois de uma longa viagem, o seu cão deverá familiarizar-se com o novo local, comer algo, apanhar um pouco de ar fresco e brincar. É o momento apropriado para o recompensar pelo bom comportamento, com um dos seus deleites favoritos.