A 25 metros da vitória, António Barbio (Efapel) saudou a multidão que se juntou no Monte Córdova, em Santo Tirso, ajeitou a camisola, agradeceu aos céus com um beijo e abriu os braços para cruzar o risco de meta. Logo depois explodiu em lágrimas mal acreditando que tinha alcançado o primeiro triunfo na Volta a Portugal em Bicicleta.
“Ainda não estou em mim”, confidenciou Barbio, corredor natural de Sobral de Monte Agraço, de 23 anos, que nos últimos 15 quilómetros da etapa já estava isolado. “Nunca esperei ganhar numa chegada em alto, nem em fuga. Quando o carro da equipa chegou perto de mim percebi que tinha alguma vantagem e que seria possível”, acrescentou o jovem corredor da Efapel agradecendo a vitória ao coletivo de Américo Silva. “A equipa tem tentado várias vezes, mas temos batido sempre na trave. E desta vez acertámos! Todos me têm dado muito na cabeça, ainda sou muito novo e tenho tanto a aprender. Por isso esta vitória é para a equipa”, disse muito feliz o “Cuco”, como é conhecido no pelotão, alcunha que vem dos tempos de bebé quando o pai carinhosamente lhe chamava “Cuco Patata”, o manhoso. Com o passar dos anos ficou só Cuco, pássaro que tem tatuado nas costas a andar de bicicleta.
Regressando à competição… Um minuto e sete segundos depois da chegada do vencedor da sétima etapa que, ligou Lousada a Santo Tirso na distância de 161,9 quilómetros, chegou um “quarteto fantástico” composto por Gustavo Veloso (W52-FC Porto), Vicente Garcia de Mateos (Louletano-Hospital de Loulé), Rinaldo Nocentini (Sporting-Tavira) e o líder Raúl Alarcón da equipa azul e branca que manteve a Camisola Amarela com os mesmos 24 segundos de diferença para o mais direto perseguidor, o italiano Rinaldo Nocentini. A alteração aconteceu no terceiro lugar. Garcia de Mateos com a bonificação atribuída ao terceiro lugar na etapa arredou Amaro Antunes e chegou ao pódio da Volta Santander Totta.
Triologia santificada
Depois da subida aos santuários da Senhora da Graça, em Mondim de Basto, e de Santa Luzia, em Viana do Castelo, a triologia de lugares “santos” ficou completa este sábado com a chegada em alto, 2ª categoria, muito próximo da monumental basílica em honra de Nª. Sraª da Assunção.
De Lousada partiram 122 corredores para esta etapa que viu formada a fuga do dia logo ao quilómetro sete. António Barbio estava entre os 14 elementos que rolaram muitos quilómetros isolados até ao momento em que o jovem decidiu tentar a sorte que lhe valeu, além do triunfo do dia, o Prémio da Combatividade Conselheiros da Visão.
Amanhã, 13 de agosto, naquela que será a antepenúltima etapa os ciclistas terão pela frente 159,8 quilómetros que ligarão Gondomar a Oliveira de Azeméis onde irão predominar os Prémios de Montanha aos que se irá juntar a ingreme reta da meta, na Avenida D. Maria I, em Oliveira de Azeméis.