Se a chegada a Lisboa, no passado dia 28 de outubro, se pautou pela ausência de vento, ontem uma forte nortada, entre os 14 e os 18 nós, levou os barcos em grande velocidade de Pedrouços até ao Terreiro do Paço, onde deram meia volta e rumaram à Cidade do Cabo, África do Sul, viagem que irá durar cerca de três semanas.
Todos os barcos largaram com um jumper a bordo e Fernando Medina foi um deles. A bordo do Turn the Tide on Plastic, cumpriu o percurso que levou a frota até à Praça do Comércio, saltando para a água minutos antes dos barcos saírem de Lisboa em direção à África do Sul: “Foi excelente fazer esta entrada no Tejo com as embarcações já em regata e depois a passagem pelo Terreiro do Paço para a saída do rio é um momento único. Ver Lisboa a partir do Tejo e destas embarcações, a velocidade que atingem e o seu comportamento é verdadeiramente magnífico”, afirma Fernando Medina: “Acho que todos estavam encantados com esta largada, com centenas de pessoas nos barcos, milhares nas margens e um dia fantástico.”
Luísa Mirpuri, mulher de Paulo Mirpuri, Presidente da Mirpuri Foundation, e o ator britânico Ben Fogle também saltaram do barco português, que tem como skipper a britânica Dee Caffari. O surfista Tiago Pires, o motard Hélder Rodrigues e a velejadora Joana Pratas também mergulharam no Rio Tejo.
Na tripulação segue Frederico Melo que está na tripulação do Turn the Tide on Plastic para cumprir as cerca de 5 mil milhas náuticas e os mais de 20 dias do percurso entre Lisboa e a Cidade do Cabo: “Estou motivado. Vai ser uma aventura. Nunca passei o que vou passar nos próximos dias, mas estou confiante nas pessoas que vão a bordo, vamos tomar conta uns dos outros e vai correr tudo bem”, afirmou antes da largada. A praxe da passagem do Equador não assusta o velejador nacional: “Vou chegar com menos cabelo, se calhar sem uma sobrancelha, mas vai ser interessante. Somos seis no barco, que vamos ser praxados por isso esperemos que seja curto.”
“Esta vai ser a aventura da minha vida. Às vezes tenho de me puxar para baixo porque me sinto a andar nas nuvens cada dia em que estou aqui. Vinha cá como visitante, sempre tive o sonho. O meu pai dizia que tinha de candidatar-me e eu respondia que não tinha experiência. Por sorte, surgiu esta oportunidade através da Mirpuri Foundation e cá estou para abraçá-la”, conclui Frederico Melo.