Um estudo sobre a emigração madeirense para a Venezuela, no período em apreço, que retrata os contextos, as histórias e o espírito associativo que esteve sempre presente na relação entre a Região e aquele país.
Apesar de já existirem madeirenses na Venezuela, nas décadas de 20 e 30, foi a partir de 1945 – e ao longo da década de 50 –, que se verificou o mais forte aumento emigratório para este país, que passou a ser o El Dorado, devido à moeda forte, às facilidades de investimento e aos proveitos do petróleo.
A pesquisa para este livro (que resulta de uma dissertação de mestrado) centrou-se nas duas principais fases de emigração madeirense para a Venezuela. A primeira, de 1940 a 1960, corresponde, por um lado, a uma emigração por necessidade, devido ao excesso demográfico, e, por outro, à aventura e desejo de “enriquecer” com negócios próprios. A segunda, de 1961 a 1974, está relacionada com a fase da Guerra Colonial em África, altura em que muitos jovens partiram para não serem obrigados a exercer serviço militar.
Conforme sublinha Alberto Vieira, «foi em 2009 que nasceu a tese de mestrado da Joselin da Silva Nascimento sobre os madeirenses na Venezuela que agora publicamos». A autora, explica, «partindo de várias fontes, baseia a sua pesquisa numa amostra de entrevistas de emigrantes madeirenses, em informação veiculada pela imprensa local, em alguma documentação histórica e na repercussão deste fenómeno na literatura madeirense, sendo, todavia, a ligação familiar ao fenómeno das mobilidades aquela que motiva esta abordagem e que confirma o interesse da segunda e terceira gerações pelo aprofundamento das suas raízes e pela emigração madeirense».
Refira-se que a Obra junta, assim, documentos, artigos de jornais, anúncios, histórias de vida e textos literários, dando, deste modo, uma ideia global desta tão importante mobilidade.