O Bergado e a Terebentina formam um coletivo de artistas que, nestes últimos anos, tem-se movimentado pelos espaços underground do Porto. Grupo instável, cujo número de elementos se altera conforme as atividades, trabalha diferentes expressões artísticas que vão desde as artes plásticas à música, passando pela performance. Durante os próximos três meses vão povoar o CCVF e experimentar novas formas de interação entre jovens artistas e realidades locais. A inauguração da exposição está marcada para as 22h00. A entrada é livre e a noite promete ser animada.
O nome Bergado tem origem na palavra “vergado”, significando alguém curvado pelo peso que transporta, surgindo o termo por inspiração vinda do livro O Mito de Sísifo, de Albert Camus. Contudo, o nome surge em sotaque portuense, onde o “V” é substituído pelo “B”. Terebentina é outras das faces deste coletivo, tratando-se de uma banda que explora, em forma de vertigem e visceralidade, um alargado naipe de sonoridades, do free jazz à distorção, salientando-se pela forma como concebe os concertos. O Centro Cultural Vila Flor vai albergar durante três meses um conjunto de acontecimentos desenvolvidos por este grupo. Neste projeto pretende quebrar-se rotinas e experimentar novas formas de interação entre jovens artistas e realidades locais – como é exemplo a interação das várias turmas das Oficinas do Teatro Oficina (OTO’s) com esta exposição nos dias 11 e 18 deste mês, às 19h00, e no dia 17, às 20h30, em sessões abertas ao público. Da parceria entre Bergado & Terebentina e A Oficina será editado um documento que condensará algumas das ideias apresentadas e formas de intervenção face ao mundo contemporâneo, realizadas por este interessante e singular conjunto de artistas.
O coletivo O Bergado é um grupo de jovens artistas sediados na cidade do Porto. Estudantes e formados pela Faculdade de Belas Artes do Porto e Faculdade de Arquitetura do Porto, as suas atividades deambulam entre a pintura, escultura, música e multimédia. No seu currículo constam duas exposições realizadas no Porto em casas ameaçadas por ordem de despejo, as quais, ao explorar afincadamente a experimentação e o imediato, se assumem como manifesto pela defesa da democratização da expressão artística – ligar a arte à vida na sua forma mais pura, “o erro, o cru, a humanidade, a fisicalidade”. Neste contexto, visam a pureza intrínseca e anterior à obra, expressa, não na sua explicação, mas no que de mais humano, emotivo e poético ela comporta.
Bergado & Terebentina integra o 1º capítulo do ‘Teatro da Memória’, programa de espetáculos, debates, exposições, dias abertos nos museus, oficinas, visitas e conversas que assinalam, de forma especial, os 30 anos d’ A Oficina, ao longo desta semana (16 a 20 de janeiro). Recordamos que o programa do ‘Teatro da Memória’ apresenta-se em 3 partes, ao longo dos primeiros quatro meses do ano. A programação completa do 1º quadrimestre de 2019 d’ A Oficina encontra-se disponível em www.ccvf.pt, www.ciajg.pt e www.casadamemoria.pt, podendo igualmente ser consultada na nova revista d’ A Oficina.
A exposição Bergado & Terebentina poderá ser visitada até ao dia 23 de março, no Palácio Vila Flor, de terça a sábado, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 19h00. A entrada tem um custo de 2,00 euros ou 1,00 euro com desconto. É igualmente possível realizar visitas de grupo orientadas, cuja marcação deve ser efetuada através de telefone 253424700 ou e-mail [email protected].