“É espetacular! Estou orgulhoso e não tenho palavras para descrever o espírito desta equipa que foi fantástica” reconheceu João Rodrigues, em Évora, onde terminou a derradeira etapa no quinto lugar. A viver um momento de cortar a respiração, o corredor azul e branco desvendou a estratégia do coletivo durante estes dias: “Apostaram em mim e no Raúl [Alarcón] e mesmo no Rafael [Reis]. Se o Rafael conseguisse passar no Cabeço do Mouro, ele no contrarrelógio é especialista e poderia ganhar vantagem em relação aos outros. Infelizmente ele não conseguiu. Eu e o Raúl andámos sempre na frente, não perdemos tempo em nenhum dia e no contrarrelógio consegui defender-me da melhor maneira. Hoje foi só chegar aqui com o pelotão para não perder tempo”.
Este triunfo do corredor algarvio permitiu à W52/FC Porto a primeira vitória de sempre na geral do Volta ao Alentejo, conseguindo ainda a vitória por equipas pelo segundo ano consecutivo.
Na classificação geral da 37ª Volta ao Alentejo Crédito Agrícola, a última etapa não trouxe nenhuma alteração nos lugares da frente. O vencedor da edição anterior, Luís Mendonça (Radio Popular/Boavista), ficou-se pela segunda posição, com 3 segundos de diferença, mas conseguiu manter a liderança na classificação por pontos, pela regularidade ao longo dos cinco dias de prova, e levou para casa a Camisola Preta KIA. Raúl Alarcón manteve-se a quatro segundos do colega vencedor e garantiu o último lugar do pódio.
Não tendo esta última jornada qualquer contagem de montanha, James Fouche, da formação britânica patrocinada por Bradley Wiggins, assegurou o título de homem mais forte a subir, materializado na Camisola Castanha Delta Cafés, cor que conquistou na terceira etapa em Mora. Da formação norueguesa UNO-X, o sexto classificado no Campeonato do Mundo de sub-23, Tobias Foss, terminou como melhor jovem em prova, Camisola Branca Fundação INATEL.
A consagração azul e branca
Num dia em que o sol decidiu brindar a caravana e o público a uma temperatura que chegou aos 22ºC “beliscados”apenas por um vento ameno, um grupo de oito fugitivos animou boa parte da etapa que começou em Portalegre e durante quase 120 quilómetros esteve na frente. O pelotão atento sabia que conseguia controlar a situação para a 18 quilómetros da meta anular a fuga e depois ser um grupo compacto a lançar-se ao sprint no coração da cidade museu. O basco Enrique Sanz (Euskadi Basque Country-Murias) que tinha vencido as duas primeiras etapas voltou a fazer história na “Alentejana” ao cruzar o risco de meta no paralelo da majestosa Praça do Giraldo, em Évora, novamente na primeira posição.