Esta exposição multimédia inaugura na próxima sexta feira, dia 10, a partir das 19h e inclui imagens contemporâneas captadas por dois fotógrafos, o português Luís Barbosa e o suíço Peter Schulthess. As suas abordagens complementares são acrescidas de imagens históricas pertencentes aos arquivos nacionais.
O Museu do Aljube Resistência e Liberdade, que albergou, entre 1928 e 1965, uma prisão política do Regime do Estado Novo, recebe esta que é a segunda mostra deste projeto. A primeira teve lugar em 2017, no Centro Português de Fotografia (localizado na antiga no Cadeia da Relação do Porto) e o trabalho apresentado valeu ao fotógrafo Luís Barbosa o prémio de melhor trabalho de fotografia de 2017, atribuído pela Sociedade Portuguesa de Autores (SPA).
Paralelamente ao seu espólio permanente, o Museu apresenta agora esta exposição de fotografias contemporâneas e históricas de prisões portuguesas que estará patente até 29 de setembro.
Iniciada por Daniel Fink, a ideia de uma exposição de fotografia juntou um fotógrafo suíço e um português, o Diretor do Museu do Aljube, e investigadores de diferentes Universidades, portuguesas e suíças, num projeto de cooperação único. Os fotógrafos foram autorizados pela Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) a entrar em seis prisões no Norte de Portugal e numa em Lisboa, em 2016 e 2017. A Professora Maria José Moutinho Santos, da Universidade do Porto, realizou a investigação nos arquivos nacionais e selecionou, entre várias centenas de fotografias, imagens documentais, algumas delas particularmente impressionantes.
A exposição dos dois fotógrafos oferece uma visão cruzada sobre estabelecimentos prisionais portugueses, dos maiores aos mais pequenos, de prisões que remontam a 1880 às inauguradas em 2014, de prisões masculinas e femininas até às prisões destinadas aos jovens.
As imagens mostram as condições de vida, mas, se por um lado Luís Barbosa procura apresentar o ponto de vista dos detidos, privilegiando o ambiente em fotografias a preto e branco, Peter Schulthess documenta as prisões de um ponto de vista mais institucional, usando para isso uma câmara de alta resolução e cor para revelar os mínimos pormenores.
As fotografias históricas traduzem uma representação das prisões do passado e das respetivas condições de vida.
Ainda no âmbito desta exposição, vai decorrer no Museu do Aljube na universidade de Lisboa, nos dias 23 e 24, a conferência internacional “Prisões em Portugal e na Europa: Regimes de detenção e monitorização do regime prisional” com especialistas nacionais e internacionais, procurando refletir sobre o sistema prisional português.