A edição do EA LIVE Lisboa 2019 irá acontecer num lugar mágico, que foi palco para concertos inesquecíveis: o Campo Pequeno. Vai ser lá que o conceito fastfest irá funcionar de forma ainda mais fluída, mais dançante, mais intensa. Sete bandas com atuações de 40 minutos. Vários DJ set de 20 minutos, enquanto decorrem as mudanças de palco. Liberdade para o público circular e poder escolher as suas atuações favoritas.
Mais uma vez Portugal e a língua portuguesa formam uma espécie de fio condutor de todos estes momentos. Os géneros musicais serão outra vez variados porque a música, sendo uma, acolhe a diversidade falando sempre o mesmo idioma.
Há consagrados e talentos que se estão a descobrir. Há rock, pop, rap. Há emoção.
Há EA LIVE Lisboa, outra vez e mais forte. E sim, sim: o dia doze de Outubro vai oferecer mais um momento único que ninguém irá querer perder.
QUEM VAI ESTAR NO EA LIVE LISBOA 2019
KEEP RAZORS SHARP
Afonso Rodrigues (Sean Riley & The Slow Riders), Rai (The Poppers), Bráulio (Capitão Fantasma) e Bibi (Riding Pânico): estes são os nomes que fazem dos Keep Razors Sharp uma das mais estimulantes bandas nacionais. Se os quiséssemos limitar poderíamos apontar muitas referências, do shoegazeao psicadelismo. Mas como o mais recente disco Outcome provou, os Keep Razors Sharp deixam tudo em aberto. Foram chamados de “superbanda discreta”, uma designação que recusam pelos equívocos que pode causar. Não: os Keep Razors Sharp são grandes músicos, uma das melhores bandas do indie português. E o seu talento não é discreto: é óbvio, como se poderá confirmar neste EA LIVE Lisboa.
STEREOSSAURO
Stereossauro é o nome que Tiago Norte escolheu para a sua missão: juntar a electrónica com gosto e medida a sonoridades e vozes portuguesas. A lista dos seus cúmplices é impressionante: Camané, Capicua, DJ Ride, Ana Moura, Rui Reininho, Paulo de Carvalho, The Legendary Tigerman, entre outros. E há ainda as evocações de Amália e Carlos Paredes. A alma da modernidade nacional passa por aqui.
THE GIFT
Desde a sua fundação em 1994 que os The Gift acreditam que os sonhos se realizam com trabalho e talento. A banda de Alcobaça tem já um longo e reconhecido percurso musical, que em 2017 teve a sua máxima expressão com o álbum Altar a ser produzido pelo lendário Brian Eno. Agora os The Gift vêm oferecer Verão, o mais recente disco, de uma intimidade surpreendente. E a receita é infalível: composições magníficas de Nuno Gonçalves, músicos seguríssimos e uma das melhores front woman nacionais: Sónia Tavares, que faz com que todos os palcos sejam seus.
CAPITÃO FAUSTO
Gazela, o primeiro disco dos Capitão Fausto, foi lançado há oito anos e já deixava poucas dúvidas: esta era uma banda a ter em conta, músicos com ideias próprias e sem medo de exporem as suas influências. Em 2019 os Fausto – como carinhosamente os tratam os fãs, que são muitos – cresceram. As ideias de produção são mais do que adequadas ao que têm para dizer, o seu discurso é de uma erudita mas simples rebeldia. E ao vivo esgotam salas, porque a energia e a entrega que deixam em palco tem uma única palavra: verdade. Chega então o tempo d’A Invenção do Dia Claro. Imperdível.
DIABO NA CRUZ
Os Diabo Na Cruz são o modo como Jorge Cruz resolveu transmitir a sua visão musical: uma combinação de tradição popular com acordes desavergonhadamente rock. O resultado é uma música contagiante, identificável mas nunca previsível. O talento de Cruz é visível não só na composição como também nas letras, o que já o levou a colaborar com outros artistas, como Ana Moura.
Ao vivo, o Diabo solta-se, de tal forma que em 2015 foi eleito a Melhor Atuação Ao Vivo no Portugal Festival Awards. É ver para crer, no Campo Pequeno.
PAUS
Em 2012 um jornalista do semanário inglês New Musical Express teceu entusiásticas considerações sobre uma banda que tinha visto em Portugal, na primeira parte dos Radiohead. Não era apenas o line up invulgar (duas baterias, teclas e guitarra): era um som muito próprio, poderoso, dinâmico, insinuante e que ao vivo não deixa ninguém indiferente. A banda era os PAUS, que em 2019 celebram dez anos de uma viagem imaculada. Sorte de quem estiver no Campo Pequeno a assistir à festa.
GABRIEL O PENSADOR
Em Setembro de 1992 um jovem estudante universitário do Rio de Janeiro enviou para uma editora uma maquete de um tema rap. O título não deixava dúvidas: Tou Feliz (Matei O Presidente) era um ataque cerrado ao então presidente brasileiro Collor de Mello. A editora percebeu o potencial do jovem e contratou-o de imediato. Foi nesse momento que Gabriel Contino passou a ser Gabriel, O Pensador.
O resto é história musical com presente e futuro. O rap tropical de Gabriel, para além da denúncia de injustiças sociais, está cheio de versos inteligentes, certeiros e divertidos. Todos os recursos são convocados: escárnio, humor, sátira, raiva, divertimento. A envolver estas palavras uma escolha de batidas e melodias contagiantes, que levaram Gabriel a ser conhecido um pouco por toda a parte. Em Portugal foi sempre merecidamente acarinhado, não só pelos seus discos e posições públicas como pelas suas electrizantes atuações ao vivo. E o Campo Pequeno prepara-se para ser testemunha disso mesmo, outra vez e mais ainda.
O que é o EA LIVE?
O EA LIVE nasceu em 2017, uma aposta da Fundação Eugénio de Almeida na cultura e modernidade portuguesa. Foram sessões intimistas, gravadas nas belíssimas salas do Palácio Sinel de Cordes – as EA LIVE Sessions. A magia que ali foi feita tinha naturalmente de se espalhar, já que nada a poderia conter entre paredes. E assim aconteceu: encontrou o seu destino natural em Évora, no icónico Páteo de São Miguel – nascia o EA LIVE Évora.
Depois foi a vez de Lisboa acolher um novo conceito de espetáculo: um festival numa única sala, com bandas e artistas de várias proveniências e estéticas musicais, divididos em atuações de 40 minutos.
Será esta variedade de castas musicais – para levar mais longe a proximidade com o vinho EA – que irá estar presente este ano num palco maior: o Campo Pequeno. E outra vez a música será das melhores colheitas.