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“As Obras Completas de William Shakespeare em 97 minutos”: Vá rir (muito) com o Pedro, o Telmo o Ruben

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“As Obras Completas de William Shakespeare em 97 minutos”: Vá rir (muito) com o Pedro, o Telmo o Ruben
As Obras Completas de William Shakespeare em 97 minutos - ©Aldrabiscas (Armando Saldanha)

Pedro Pernas, Ruben Madureira e Telmo Ramalho são os “três maganos”, como se intitulam, que embarcam nesta aventura de a brincar dar a conhecer a obra de um dos maiores dramaturgos de todos os tempos.

Numa conversa informal e divertida com estes três atores, percebermos que a peça embora já tenha um longo historial de representações, foi agora reinventada e adaptada à atualidade. Como refere Pedro Pernas “Esta esta peça dá-nos essa margem de manobra. Como tem vários quadros, em que nós conseguimos adaptar à atualidade foi-nos fácil atualizar a peça. É um espetáculo que nós de dia para dia vamos atualizando consoante as notícias estão a acontecer no momento e as pessoas vão identificar e vão rir, com o que nós dizemos relacionado com a atualidade”.

Desta feita, a peça tem encenação de António Pires, conhecido pelo seu trabalho que muitos apelidam de “Teatro Coreográfico” uma vez que o texto e as imagens se fundem com a coreografia, a visão e objetivo. E mais uma vez se constata que o resultado aqui obtido é completamente diferente daquilo que já foi feito. A este respeito, Ruben Madureira refere “ Focamo-nos muito no virtuosismo do movimento equiparado à articulação, porque é uma peça extremamente palavrosa, como devem calcular porque é Shakespeare e isso também tem sido um desafio. Achamos mesmo que é uma coisa nova, ou antes uma visão diferente”, afirmação corroborada por Pedro Pernas que salienta a responsabilidade “de dar o mesmo objeto com uma imagem completamente diferente”.

“Durante o processo de trabalho aprofundamos bastante todas as 37 peças do Shakespeare para sabermos exatamente com o que é que estávamos a brincar. Os enredos concretos, as ligações de todas das personagens para quando estivéssemos a brincar com os textos, em cena, toda a dramaturgia estivesse presente e isso dá também uma nova linguagem a este espetáculo” acrescenta Pedro Pernas.

Sendo uma peça muito exigente mental e fisicamente pela frenética mudança de quadros de personagens que mudam de roupa a uma velocidade estonteante, até parece que muitas vezes o improviso está presente, mas Telmo Ramalho, diz que não “É engraçado as pessoas que já vieram assistir a estes ensaios abertos ao público, acham que nós estamos a improvisar …… Mas a verdade é que pegando naquilo que o Pedro disse há pouco, nós enquanto estávamos a fazer leitura de texto o Pires fez questão de irmos pelo menos ler alguma Sinopse bem profunda de cada uma das peças porque eu falo por mim, só conhecia Hamlet, Romeu e Julieta e o Coriolanos e não conhecia as outras peças e eu já fiz este espetáculo anteriormente. Todo o trabalho que tivemos com a coreografia está tudo marcado. Acreditem que está tudo marcado, tudo pensado”

A peça vive então de 3 atores que são bons amigos e que se lembraram “vamos fazer o Shaskespeare” diz Telmo Ramalho, rindo “Nós sabemos isto tudo de trás para a frente, como diz o Pedro que no fim goza com isto. Se sabemos tudo de trás para frente, então vamos fazer” e, acreditem, fazem mesmo!

Para além do Pedro, do Telmo e do Ruben, existe um quarto elemento [João Veloso] que escondido por detrás do pano, é imprescindível.  É ele que ‘mete na mão’ as roupas e os adereços que os atores têm de mudar e trazer para cena. Nenhum deles sabe exatamente o que vai vestir ou pegar. Confiam inteiramente no João e ele sabe que sem ser visto é fundamental para que tudo corra sobre rodas.

“As Obras Completas de William Shakespeare em 97 minutos” é uma peça hilariante, muito por culpa dos três atores que em palco se divertem, envolvem e contagiam o publico, tornando a peça leve e muito divertida.

O stress que entra no auditório, rapidamente desaparece, assustado, com tanta gargalhada e boa disposição.

Com produção da UAU, “As Obras Completas de William Shakespeare em 97 minutos” estreia amanhã, dia 12, no Auditório do Casino de Lisboa onde permanecerá até 6 outubro 2019.