Trata-se de três artistas plásticos contemporâneos que interpretam o mar com sensibilidades distintas. Em Cândido Teles identificamo-lo na abordagem que faz das praias e das gentes da Vagueira e da Costa Nova ou nas paisagens lagunares da Ria de Aveiro, em que a luz é retratada de forma perfeita. A artista Maria Gabriel traz-nos as inconstâncias e tragédias da reinterpretação da História Trágico Marítima, que serviu de inspiração a outros artistas contemporâneos. Por fim, a irreverência do mexicano Hector Zamora, um artista de grande prestígio internacional que interpreta o mar através dos destroços de uma embarcação.
As peças doadas revestem-se de grande significado por constituírem a maior e mais significativa doação efetuada ao Museu desde os tempos da Exposição Faina Maior, na década de noventa.
Foi, por isso, com grande generosidade que a família de Cândido Teles doou ao museu 121 pinturas a óleo, do primeiro período pictórico do artista ilhavense. Também de grande importância revelou-se a doação de 25 pinturas e desenhos da exposição “O Sonho do Mar” de Maria Gabriel, exposição essa que foi estendida até ao dia 3 de novembro, continuando patente na Sala de Exposições Temporárias do Museu Marítimo de Ílhavo. Por último, a modernidade de Hector Zamora traz-nos “Sra. do Cabo – Ordem e Progresso”, uma instalação com destroços de barco e peça áudio, produzida em 2017 no âmbito da exposição “Ordem e Progresso” exibida no Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa.
Estas doações serão alvo de exposição pública no Museu Marítimo de Ílhavo, que, no caso de “O Sonho do Mar” de Maria Gabriela já acontece até ao início do próximo mês. Está previsto que as pinturas de Cândido Teles assinalem a celebração do 83º aniversário do Museu, em 2020. No que respeita à instalação de Hector Zamora, estará em exposição a partir de 21 de março do próximo ano.
Fonte: CMI