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Grande noite do Festival de Flamenco n’ A Voz do Operário

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Grande noite do Festival de Flamenco n’ A Voz do Operário
Festival de Flamenco de Lisboa - ©Aldrabiscas (Armando Saldanha)

Os Cafés Cantantes que surgiram anjos finais do século XIX nas cidades de Sevilha e Madrid, onde combinavam os serviços de café com espetáculos de flamenco, chegaram agora a Lisboa pela mão de Francisco Carvajal, fundador da Associação Flamenco Atlântico.

Com um publico, maioritariamente espanhol á procura das suas raízes, o espetáculo, divido em duas partes distintas, começou com Célia Romero, a prodigiosa voz do universo flamenco.

Célia Romero, depressa agarrou o publico, oferecendo um repertório clássico de “cante” flamenco. A jovem “cantaora” mostrou paixão e autenticidade, para além de conhecimento absoluto, emocionante e invulgar desta expressão artística. Aplaudida de pé pelo publico e demonstrando grande respeito por ele, Célia cantou alguns temas sem microfone, mostrando a pujança da sua belíssima voz.

Na Voz do Operário, Célia Romero, foi acompanhada pelos músicos Francisco Pinto (guitarra), Félix Romero e Luis Vadillo (vozes e palmas).

Célia Romero, ganhou em 2007 uma bolsa de estudos da Diputación de Badajoz, para melhorar o cante flamenco na prestigiada “Fundación Cristina Heeren de Sevilha e foi a primeira mulher a vencer, em treze anos, o concurso “Mancomunidad de la Serena.

Em 2011, com apenas 16 anos, Célia Romero ganha “La Lámpara Minera” do Festival de Cante de Las Minas em La Unión (Múrcia), prémio máximo internacional do flamenco, o que projetou a sua carreira artística e deixou bem definido o potencial da jovem cantora.

Após um curto espetáculo, subiu ao palco a Camerata Flamenco Project, que já soma mais de 15 anos de ligação ao flamenco, ao jazz e à música clássica.

Composta por José Luís López (violoncelo), Pablo Suárez (piano) e Ramiro Obedman (saxofone e flautas), a Camerata contou neste seu espetáculo com a participação da “bailaora” Anabel Veloso (baile) e Martin Sued com o seu Bandoneón.

Este trio, trouxe a Lisboa  “El Amor Brujo”, de Manuel de Falla, sob a designação Falla 3.0, isto depois de já ter recriado obras de outros autores clássicos como Debussy ou Erik Satie, em que reinterpretam o universo dos compositores clássicos conseguindo que a partitura tenha um som sempre novo, sempre vivo, ao mesmo tempo que incorpora outros géneros musicais, como o flamenco e o jazz.

Os temas interpretados pela Camerata Flamenco Project, foram diversas vezes coloridos pelo “baile” de  Anabel Veloso, que trouxe sentimento e emoção a sonoridades algo diferentes  do flamenco habitual.

No final, Célia Romero e os seus acompanhantes juntaram-se à Camerata Flamenco Project, e juntos interpretaram um tema em conjunto, ilustrado pelo baile da Anabel Veloso.

Ovacionados de pé por um publico rendido ao talento destes artistas, que demostraram que “ Os caminhos do Flamenco, são infinitos”, como referiu Pablo Suarez.

Genuíno, diverso e rico como a identidade musical espanhola ao longo dos séculos.

O Festival prossegue dia 24 de outubro, na Aula Magna, com o pianista Dorantes e a 29 de novembro, com Eduardo Guerrero, também na Aula Magna.