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Erva Daninha finta o destino no palco do CCVF com ‘Vão’

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Erva Daninha finta o destino no palco do CCVF com ‘Vão’
Erva Daninha finta o destino no palco do CCVF com ‘Vão’ - ®DR

 

No próximo sábado, 2 de novembro, às 21h30, a companhia Erva Daninha apresenta a sua nova criação no palco do Grande Auditório do Centro Cultural Vila Flor (CCVF). ‘Vão’ – peça recém-estreada a 28 de setembro no Teatro Viriato – cruza dois criadores, de duas gerações diferentes, com técnicas e experiências distintas: Vasco Gomes, malabarista e diretor artístico da companhia Erva Daninha, e Leonardo Ferreira, acrobata recém-formado pelo Centre Nacional des Arts du Cirque em França, que já passou pelo CCVF em março, com a peça Três, apresentada no Circus Arts. Um espetáculo de circo contemporâneo onde o risco e a ilusão nos conduzem através da acrobacia e manipulação de objetos, desafiando o espetador num ambiente intenso e imprevisível.

Há um momento no qual, aparentemente, tudo corre mal, tudo se decompõe numa espécie de azar ou sorte. Esse é o momento certo, a oportunidade espreita, a recuperação, o erguer, o fintar o destino, a corrida sem olhar para trás. ‘Vão’ é isto mesmo. Uma ponte de oportunidade que desaba. De repente encontramo-nos num espaço entre o nada e o vazio, entre os extremos de um vão que temos de superar. Encontramo-nos entre o que somos e o que projetamos ser. Partindo da simplicidade de uma estrada, o trabalho de pesquisa foca na ideia de ‘percurso – erro – repetição’ e da constante do equilíbrio ou a procura dele.

Em ‘Vão’, não existe um texto ou um alinhamento pré-estabelecido como fio condutor para a criação. E este fator é determinante, fundamental e um dos maiores desafios. Partir do nada, expor os corpos no espaço e na relação com os objetos para chegar a uma composição que contém em si tudo o que do nada possa surgir estimulado por textos, imagens, vídeos, conversas. Uma arte estimulada por diversas artes, por um olhar atento e crítico deste mundo que habitamos. Partindo do real para o imaginário ou abordando o simbólico através dos objetos e das situações. “O objeto símbolo é elementar no processo criativo da companhia. A escolha do objeto certo e simbólico para cada momento ou mesmo para todo o espetáculo é o que nos faz ligar à realidade, alterar o sistema e manipular a perceção física da situação. Todos os símbolos unidos para falar da vida como ela é, frágil e intensa. O símbolo é comunicação, o objeto a realidade e as técnicas de circo o desafio de unir estes domínios de forma extraordinária.”, partilha a Erva Daninha.

Defrontamo-nos com um circo de situação, cujos acontecimentos transmitem uma sensação emocional sobre determinada proposição ou emoção. Tomando como exemplo aquele equilíbrio que não é só uma demonstração técnica circense mas uma sensação de como perder o equilíbrio faz parte de uma vida equilibrada. Para cada um de nós nas nossas vidas. “Este nosso ‘Vão’ é o culminar de uma longa caminhada onde, embora tendo fé no livre arbítrio, somos engolidos pelas circunstâncias das nossas vidas e dos outros. Um percurso, um ciclo sem fim, sem início. Como vencer o Vão? Esta distância entre nós, entre mim e eu próprio.”, sublinha ainda a companhia.

‘Vão’ resulta do programa de Convite à Criação Artística Nacional promovido pela 5 Sentidos, uma rede criada em 2009, no âmbito do QREN 2007-2013, com o intuito de promover a programação cultural e a produção artística em rede. Atualmente composta por 9 equipamentos culturais do país, a rede 5 Sentidos procura apoiar e dinamizar o desenvolvimento das artes performativas em Portugal, organizando digressões de espetáculos e apoiando a produção de novas criações através de cofinanciamento, coproduções e residências artísticas. Em 2018/2019, o programa de Convite à Criação Artística Nacional foi dirigido às áreas artísticas da dança e do novo circo, tendo sido convidados os artistas Jonas Lopes & Lander Patrick e a companhia Erva Daninha.

Os ingressos para assistir a este ‘Vão’ têm o valor de 10 euros ou 7,5 euros com desconto e encontram-se disponíveis nas bilheteiras do Centro Cultural Vila Flor (CCVF), Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG), Casa da Memória de Guimarães (CDMG) e Loja Oficina (LO), bem como nas lojas Fnac e online em www.ccvf.pt e oficina.bol.pt.