No geral, o ano vitícola 2018-2019 foi marcado por condições climatéricas relativamente estáveis, favoráveis ao ciclo da videira, proporcionando um ano sem grandes sobressaltos e imprevistos. Estas condições contribuíram para que, de uma forma geral, as uvas se apresentassem em muito bom estado fitossanitário, sem registo de doenças ou pragas que pudessem trazer algum prejuízo.
As alterações climáticas continuam a ser preocupantes, devido às irregularidades que causam, obrigando, desta forma, a um acompanhamento e adaptação às mudanças. Ainda assim, a vinha já se tem adaptado de uma forma resiliente e exemplar.
Na Região Demarcada do Douro, na Quinta da Soalheira, em São João da Pesqueira, o ano vitícola iniciou-se chuvoso, com os restantes meses de inverno a mostrarem-se secos.
A vindima iniciou-se no dia 2 de setembro, dentro da normalidade, prolongando-se até ao dia 19 de outubro. Esta foi mais longa do que o habitual, com as produções a aproximarem-se da média, após um ano de menor produtividade.
Na Quinta de São Simão da Aguieira, em Nelas, na Região Demarcada do Dão, o ano foi marcado pelas elevadas amplitudes térmicas, inverno seco, humidade elevada e maturações muito homogéneas, originando uvas de excelente qualidade e em perfeitas condições sanitárias.
A vindima iniciou-se no dia 2 de setembro, com as castas brancas. A ausência de chuva durante todo o período da mesma, bem como as temperaturas amenas, permitiram que as uvas chegassem à adega em muito bom estado. Esta vindima decorreu sem interrupções, tendo terminado no dia 11 de outubro. Destes vinhos espera-se muita frescura, concentração, excelente acidez, boa intensidade aromática e elegância.
Na Quinta de Simaens e na Quinta do Ôro, na região dos Vinhos Verdes, em Felgueiras, o inverno seco e a Primavera mais fresca facilitaram o controlo das infeções iniciais do míldio. A vindima iniciou-se a 26 de setembro e terminou no dia 1 de outubro, sendo este o período habitual histórico para a mesma. Na Quinta de Simaens a vindima decorreu durante a noite, com temperaturas mais amenas, garantindo assim o estado perfeito das uvas. Na Quinta do Ôro, fruto da sua localização a uma cota mais elevada e num local mais fresco, decorreu no mês de outubro, entre os dias 15 e 18.
Antevê-se um ano distinto, com previsão de vinhos muito aromáticos, acidez equilibrada e excelente volume de boca.