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Pandemia: Estudo revela impacto nos planos de viagens e turismo dos portugueses

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Pandemia: Estudo revela impacto nos planos de viagens e turismo dos portugueses
Pandemia: Estudo revela impacto nos planos de viagens e turismo dos portugueses - ©Armando Saldanha (Aldrabiscas)

 

O estudo ontem divulgado, revela que os portugueses consideram que, devido à pandemia da Covid-19, é arriscado realizar viagens para férias, deslocações de trabalho ou visita a amigos e familiares, dentro do país.

Estas afirmações, são ainda mais relevantes quando se pergunta sobre as mesmas viagens no estrangeiro. Neste caso, os inquiridos, acham que as medidas de segurança adicionais nos aeroportos tornam as viagens mais seguras no país e para fora dele.

A conclusão é de um estudo conjunto do Instituto Politécnico de Viseu (IPV) e da Universidade de Coimbra (UC), baseado em dados recolhidos nos últimos três meses, através de um questionário online.

Esta investigação, foi a primeira a analisar os efeitos da atual pandemia na perceção de segurança dos portugueses para viagens e para a realização da prática de várias atividades de lazer e turismo.

Numa primeira fase, a equipa, constituída por Carla Silva, José Luís Abrantes, Manuel Reis e Odete Paiva (IPV) e Cláudia Seabra (UC), analisou os dados totais dos vários aspetos, que tiveram em consideração uma análise do tipo sondagem, para se perceber a mudança de opinião dos residentes nacionais ao longo do tempo.

Os principais resultados do estudo, salientam os autores, «mostram que a atual pandemia tem um impacto significativo na perceção de segurança dos portugueses para viagens no país e no estrangeiro”

As preocupações

Os residentes nacionais concordam que a segurança é um fator fundamental para viajar, sendo inclusive o atributo mais importante para a escolha de um destino e ainda mais crucial quando se consideram as viagens para o estrangeiro.

Numa análise por idades, todas as gerações consideram a segurança como um dos aspetos mais importantes para viajar. Contudo é a geração mais velha a revelar uma perceção de risco mais elevada, seja em destinos nacionais ou internacionais.

Num outro contexto, este estudo indica que os residentes nacionais, também não se sentem muito seguros (80%) para idas a casinos ou locais de diversão noturna.

Entre 60% a 80% classificam como muito inseguras as visitas a parques temáticos, galerias, museus e monumentos, centros urbanos e centros históricos, ou participar em visitas turísticas.

Também a participação em concertos, festivais, eventos desportivos ou religiosos, prática de desportos em espaços fechados, ir a restaurantes ou ficar em hotéis, ou fazer compras em centros comerciais e mercados, são consideradas atividades pouco seguras.

Já a ida a praias, rios e lagos é uma atividade mais segura segundo os participantes no estudo. A ida a parques naturais, fazer caminhadas e a prática de desportos de natureza são as únicas atividades consideradas como relativamente seguras pelos portugueses no contexto da pandemia, refere o estudo.

As gerações mais velhas são aquelas que, tendencialmente, demonstram um maior receio para praticar todas as atividades de lazer e turismo.

Possibilidade de contágio, a grande preocupação

No que respeita ao medo e à preocupação de contágio, o estudo mostra que 85% dos inquiridos sentem que todos podem ser vítimas de contágio e que esse receio se aplica ao próprio e aos seus familiares.

Metade das pessoas que responderam ao questionário admitiram mudar vários aspetos da sua vida e rotinas quotidianas por causa da doença. No entanto no que diz respeito aos planos de férias e viagens a percentagem sobe para 65%.

Medidas/restrições

Questionados sobre quais as medidas/restrições com as quais os residentes nacionais estavam de acordo, os dados indicam que, independentemente da faixa etária, os portugueses são unânimes sobre a obrigação de quarentena para os casos diagnosticados (95%) e um maior controlo das fronteiras (86%).

É também elevada a concordância com as limitações não só em Portugal como em todos os países para a entrada de estrangeiros, principalmente de zonas afetadas pela doença (62%-64%).

As respostas são mais moderadas na aceitação de medidas mais impositivas como fecho total de fronteiras (53,5%) ou obrigação de todos os cidadãos serem examinados por equipas médicas (52,5%).

Quanto ao repatriamento, os inquiridos são mais concordantes quando a medida é aplicada a cidadãos portugueses no estrangeiro (49%) do que a cidadãos estrangeiros em Portugal, já que 39% dos participantes do estudo discordam até desta medida.

No que respeita à possibilidade de forças de segurança pararem pessoas aleatoriamente nas ruas para serem examinadas, a discordância é maior com quase 40% dos participantes a afirmarem a sua opinião contra, 34% a favor e 26% neutra.

A avaliação das respostas, durante os períodos de confinamento, emergência e calamidade, indicam que o medo de viajar aumentou progressivamente, a cada período estudado, tal como o medo de contágio em termos pessoais e familiares.

Paralelamente, a importância atribuída à segurança foi aumentando, atingindo os valores mais elevados no último período, sobretudo para as viagens internacionais.

O estudo ainda decorre

Este estudo, que envolve o Centro de Investigação em Serviços Digitais (CISeD) do IPV e o Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT) da UC, está ainda a decorrer e permitirá num futuro próximo apurar os impactos da covid-19, não só em Portugal, como também noutras regiões do mundo.

Os autores obtiveram até ao momento, respostas de residentes em 74 países nos cinco continentes, alguns dos quais importantes mercados emissores para Portugal.

O questionário, disponível em 21 línguas, pode ser consultado e respondido aqui.

 

aNOTÍCIA.pt