A primeira viatura a ser equipada com cinto de segurança de 3 pontos foi um Volvo PV544 e a entrega foi feita num concessionário Volvo da localidade sueca de Kristianstad.
A Volvo foi o primeiro fabricante automóvel no mundo a equipar de série os seus automóveis com cintos de segurança de 3 pontos nos bancos da frente.
No mercado nórdico, para além dos PV544 também o P120 (Amazon) recebeu esta mais-valia em matéria de segurança. A invenção foi patenteada de forma aberta o que significava que estava totalmente disponível para quem a quisesse utilizar. Todos os condutores podiam beneficiar de um pouco da tecnologia de segurança da Volvo, independentemente da marca que estivessem a conduzir. Isto demonstrava bem todo o compromisso da Volvo para com a segurança automóvel.
Estava dado um passo de gigante na melhoria da segurança rodoviária mas não foi imediato um sucesso, na verdade havia muitas pessoas e até jornalistas da especialidade que o consideraram um empecilho à liberdade individual – apertava, era incomodo de usar.
Seriam necessários mais alguns anos até que a maioria dos condutores e o resto da indústria automóvel se convencesse que a sua utilização era de facto obrigatória e salvadora de vidas.
ESTUDOS DA VOLVO CONVENCEM O MUNDO
Em 1963, a Volvo introduz este cinto de segurança no mercado americano e noutros países. Contudo, antes do lançamento, a Volvo conduziu um conjunto de testes a viaturas equipadas com diferentes tipos de cintos de segurança. Os resultados não podiam ter sido mais esclarecedores: O novo cinto de segurança da Volvo era, de longe, aquele que proporcionava melhor proteção aos passageiros.
Alguns anos mais tarde, em 1967, a marca sueca apresentou numa conferência de segurança rodoviária nos EUA, o estudo “28.000 Accident Report”. Este relatório havia sido construído com base nos dados recolhidos na Suécia relativos a todas as colisões ocorridas no País com veículos Volvo no ano anterior.
Aqui também os resultados foram evidentes – e o mundo finalmente tomava consciência. Os estudos indicavam claramente que o uso do cinto de segurança salvava vidas e reduzia a gravidade das lesões entre 50%-60%.
MAIS DE UM MILHÃO DE VIDAS SALVAS
Não é fácil contabilizar com exatidão o número de pessoas salvas graças à utilização do cinto de segurança de 3 pontos. Estima-se que, a nível global, mais de 1 milhão de pessoas deva a vida à sua utilização e muitas mais tenham evitado lesões graves.
Mais de 6 décadas após a sua invenção o seu potencial ainda é enorme.
A sua utilização ainda é o fator mais eficaz, aquele capaz de garantir a melhor segurança dos ocupantes de uma viatura. A nível global, a sua utilização difere muito de país para país.
Nos EUA, estima-se que cada aumento na percentagem de utilização seja capaz de salvar 270 vidas por ano. O seu potencial em Africa, na Asia e na América do Sul é enorme, regiões onde a percentagem de utilização automóvel tem vindo também a aumentar.
NILS BOHLIN
O engenheiro autor desta invenção foi o sueco Nils Bohlin.
Nils Ivar Bohlin (1920 – 2002) nasceu na localidade sueca de Härnösand e licenciou-se em engenharia mecânica na Härnösand Läroverk. Em 1942, inicia o trabalho numa empresa de aviação onde, entre outros projetos foi responsável pelo desenvolvimento de sistemas de ejeção.
Em 1958, inicia o seu percurso profissional na Volvo como engenheiro de segurança.
Trabalha no desenvolvimento do cinto durante cerca de um ano, transportando conceitos dos sistemas de ejeção que havia estudado inicialmente.
A sua preocupação principal baseava-se em como manter o condutor seguro durante um acidente. Introduziu o cinto de segurança de 3 pontos em 1959 e, posteriormente, viria a comandar o Departamento Central de Investigação e Desenvolvimento da Volvo onde se manteve até 1985.
Ao longo da carreira recebeu várias distinções pelo seu trabalho com destaque para:
• 1974 – Ralph Isbrandt Automotive Safety Engineering Award
• 1989 – Hall of Fame for Safety and Health.
• 1995 – Gold medal from Royal Swedish Academy of Engineering Sciences
• 1999 – Automotive Hall of Fame
Os cintos de segurança que hoje equipam os Volvo mantêm a ideia base de Bohlin mas são um prodígio de tecnologia – inteligentes, interativos, permanentemente prontos para intervir e “apertar” os nossos frágeis corpos caso algo de anormal aconteça – um abraço amigo da Volvo.