No Algarve a escassos quilómetros do mar, na localidade de Bemparece, o Grupo dinamarquês cultiva ervas aromáticas como os coentros, hortelã, salsa, rosmaninho, tomilho, cebolinho, erva-príncipe e tomilho-limão e outras ervas menos conhecidas como o amaranto vermelho, um super-alimento originário do Perú, cujas sementes eram consideradastão preciosas como o ouro pelos incas e astecas.
«Criámos a Schroll Flavours no final de 2017 com o grupo Schroll, uma empresa dinamarquesa que também produz hortênsias aqui no Algarve. O nosso principal objetivo é produzir ervas aromáticas frescas em modo de produção biológico para o mercado europeu», explica o empresário.
Ao ar livre ou em túneis plásticos, são 18 hectares de ervas aromáticas, divididos por duas quintas certificadas como biológicas. «Nos primeiros anos sentimos alguma dificuldade em produzir biológico, mas aprendemos que se trabalharmos com a Natureza e a respeitarmos, podemos facilmente pôr o solo a trabalhar para nós», assegura Brian.
Porém a Natureza não consegue fazer tudo sozinha. É preciso mondar as ervas daninhas, regar e alimentar as plantas, enriquecendo o solo com os nutrientes necessários. Brian escolheu o biofertilizante de origem vegetal Tecniferti MOL. «Por vezes aplicamo-lo antes da sementeira/plantação ou 2 a 3 semanas antes da colheita, dependendo da espécie. Poucos dias após a aplicação do Tecniferti MOL as plantas aceleram o crescimento e as folhas ficam mais escuras. É um bom produto para os agricultores e no final das contas é das fontes de azoto mais baratas do mercado», reconhece.
As ervas aromáticas produzidas no algarve pelo Grupo dinamarquês da Schroll Flavours são vendidas em Portugal pelas empresas Vasco Pinto e Vitacress e podem também ser degustadas em França, Bélgica, Suíça, Dinamarca, Alemanha e Inglaterra. O segredo da sua longevidade na prateleira é um simples tratamento a frio numa câmara de vácuo, a 3 -4ºC, durante 15 minutos.
Brian olha com otimismo para o aumento da produção e consumo de alimentos biológicos em Portugal e na Europa. «Temos planos para expandir o negócio e crescer a par e passo com o mercado biológico. Apesar de o Covid-19 ter feito abrandar o crescimento, tenho certeza de que vai retomar. As pessoas hoje em dia estão mais despertas para a Sustentabilidade».
Em 2018, a União Europeia importou 3,4 milhões de toneladas de alimentos biológicos, tendo a China como principal fornecedor. Para reduzir a dependência das importações e incentivar um sistema alimentar justo, sustentável e amigo do ambiente, a Comissão Europeia propõe como meta aos Estados-Membros que 25% das terras aráveis da UE sejam convertidas em agricultura biológica até 2030.