Lisboa volta a ser palco do Campeonato Nacional de Yole, uma vertente mais tradicional da modalidade que levará às águas do Tejo, dia 7 de novembro, barcos históricos de quatro e oito atletas, que mobiliza clubes de todo o país. Participam nesta competição sete clubes, totalizando cerca de duas centenas e meia de remadores.
A competição, em barcos de quatro e oito remadores (Yole de 4 e Yole de 8), é apoiada pela Câmara Municipal de Lisboa e vai ter lugar na Pista da Junqueira, em Lisboa, com largada junto ao MAAT e chegada por baixo da Ponte 25 Abril. Trata-se de um desafio de velocidade, com uma extensão total de 1000 metros, que será disputado a favor da corrente.
Tendo em conta a atual pandemia, a organização irá implementar todas as medidas de segurança, recomendadas pela Direção Geral da Saúde, convidando o público a acompanhar as regatas através das redes sociais do clube.
As primeiras regatas a remos no estuário do Tejo datam do início do século dezanove, ditando o desenvolvimento de um desporto que foi introduzido em Portugal por influência da comunidade britânica residente na Capital.
Toda esta dinâmica decorreu em paralelo com o estabelecimento da vela como modalidade competitiva, criando a massa crítica necessária ao nascimento das primeiras coletividades desportivas dedicadas à náutica.
Foi este o caso da Real Associação Naval, que nasceu em 1856 com o objetivo de fomentar a prática da vela e do remo. Cento e sessenta e quatro anos depois, o mais antigo clube náutico da Península Ibérica – que, entretanto, mudou de nome para Associação Naval de Lisboa – mantém o espírito e tradição de uma competição com mais de dois séculos.
Originalmente fabricados em madeira, num sistema de sete tábuas de mogno ou cedro sobrepostas, os barcos da classe Yole quase enfrentaram a extinção no nosso país. Graças à dinâmica da Associação Naval de Lisboa, estes barcos não desapareceram, verificando-se hoje uma adaptação destes cascos às novas tecnologias, com o recurso à fibra e ao carbono.