A edição 2020 do Campeonato Nacional de Yole, organizada pela Associação Naval de Lisboa, com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, realizou-se este fim-de-semana em condições climatéricas adversas. O vento forte de sul e a ondulação colocaram à prova a técnica e capacidade de superação dos remadores, mostrando que os barcos históricos da classe Yole continuam a fazer parte integrante da paisagem de Lisboa e do Tejo, mantendo viva uma tradição com quase 200 anos.
Com a participação de sete clubes de todo o país e um total de duzentos e cinquenta atletas, a competição decorreu no estuário do Tejo, com o campo de regatas a ligar o MAAT à Ponte 25 de Abril, numa extensão total de mil metros.
Barcos com quatro e oito remadores deslizaram assim nestas águas agitadas envolvendo praticantes das categorias de Juvenis, Seniores e Veteranos.
A organização deste campeonato, que resultou da colaboração entre a Federação Portuguesa de Remo e a Associação Naval de Lisboa, implicou medidas especiais, de acordo de segurança e higiene validadas pela Direção Geral da Saúde. A ausência de público, a medição da temperatura corporal a todos os participantes, o uso permanente de máscara e o distanciamento físico entre as equipas garantiram uma jornada desportiva sem contratempos.
As primeiras regatas a remos no estuário do Tejo datam do início do século dezanove, tendo sido introduzido em Portugal por influência da comunidade britânica residente na Capital.
Originalmente fabricados em madeira, num sistema de sete tábuas de mogno ou cedro sobrepostas, os barcos da classe Yole quase enfrentaram a extinção no nosso país. Graças à dinâmica da Associação Naval de Lisboa, estes barcos não desapareceram, verificando-se hoje uma adaptação destes cascos às novas tecnologias, com o recurso
à fibra e ao carbono.
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