A atriz Adelaide João morreu esta quarta-feira em Lisboa aos 99 anos, vítima do novo coronavírus, na Casa do Artista, onde vivia. Esta é a segunda morte por Covid-19 registada na instituição, onde se verifica um surto de Covid-19, que já vitimou na passada segunda feira a também atriz Cecília Guimarães.
Maria da Glória Pereira Silva, de nome artístico Adelaide João, (primeiro nome da mãe e primeiro nome do pai) nasceu em Lisboa em 27 de julho de 1921, e iniciou-se como atriz amadora, pela mão do pai do ator Morais e Castro, no grupo de teatro da Philips.
Estudou no Conservatório Nacional e, em 1961, partiu para Paris para estudar teatro, com uma bolsa de estudo. Obteve a carteira de atriz profissional em França, tendo trabalhado em teatro com várias companhias francesas, entre elas, uma companhia de teatro dirigida por Ingrid Bergman.
A atriz integrou o elenco de “A intrusa”, do dramaturgo belga Maurice Maeterlinck, “A Castro”, de António Ferreira, em 1961, e “Eva e Madalena”, de Ângelo César, em 1962.
Ainda em 1961, Adelaide João, representou “O consultório”, de Augusto Sobral, no Teatro Nacional D. Maria II, e, um ano depois, “A rapariga do bar”, dirigida por Couto Viana, no Teatro da Trindade pela Companhia Nacional de Teatro.
Em 1965, Adelaide João, volta de vez a Portugal, começando a trabalhar para a televisão e integrando a Companhia do Teatro Estúdio de Lisboa, dirigida por Helena Félix e Luzia Maria Martins. Nos anos seguintes, integrou também companhias como o Teatro Experimental de Cascais, Teatro Maria Matos, Casa da Comédia, Empresa Vasco Morgado e no O Bando, de que era cooperante.
Morreu a atriz Adelaide João deixando a cultura portuguesa ainda mais pobre que, neste ano de 2021, tem visto desaparecer vários dos seus grandes talentos.