No âmbito da Candidatura de Faro à Capital Europeia da Cultura 2027, nasce o MI.MOMO.FARO, um projeto de educação patrimonial que visa a reprodução de edifícios emblemáticos de arquitetura modernista da cidade na plataforma Minecraft: Edição Educação, por alunos de escolas do 3º ciclo do concelho de Faro.
Desenvolvido com o apoio da Microsoft Portugal e do Plano Nacional das Artes, o MI.MOMO.FARO é uma iniciativa interdisciplinar que envolve mais de 150 alunos com idades entre os 13 e os 15 anos, 7 escolas do concelho de Faro, mais de 20 docentes, entre professores e figuras de destaque ligadas à arquitetura e ao património.
Os professores envolvidos no MI.MOMO.FARO tiveram acesso a formação específica que lhes permitirá explorar abordagens pedagógicas em ambiente de sala de aula, e contam ainda com o apoio científico de técnicos de arquitetura, urbanismo e património do Município de Faro. A título de exemplo, as aulas abertas online sobre o Movimento Modernista e as suas especificidades em Faro e no Algarve que decorreram este mês.
Bruno Inácio, Chefe de Divisão de Cultura do Município de Faro e Coordenador da candidatura de faro a Capital Europeia da Cultura 2027 descreve assim o projeto: “Este é um projeto que visa por um lado potenciar a educação patrimonial através do uso das novas tecnologias, capacitando alunos, docentes e escolas através do contacto com novas dinâmicas de aprendizagem (game based learning) e por outro contribuir para a valorização do património cultural do concelho, neste caso a arquitectura modernista motivando todos os que se interessem por este projeto a descobrir o movimento modernista em cidades do Sul da Europa” .
Atendendo às restrições impostas pela pandemia e na ausência de aulas presenciais, foi incluído no projeto um Fórum Online onde, professores e alunos envolvidos no MI.MOMO.FARO, podem debater o património da cidade à luz de novas abordagens pedagógicas. Tal como refere Sara Brighenti, Subcomissária do Plano Nacional das Artes: “MI.MOMO.FARO parte da cidade e da arquitetura modernista como conteúdo educativo. Trata-se de uma proposta que provoca o olhar crítico e estético do aluno sobre o património urbano e desenvolve a aprendizagem que dá amplo significado à noção de edifício/ casa/ lugar. O projeto recruta o olhar sensível (que vai além do visível) e, através de dinâmicas pedagógicas e lúdicas, mostra aos alunos o valor do bem patrimonial, transformando-o depois em matéria-prima para a criatividade e a inovação.”
A Edição de Educação do Minecraft, agora implementada por Faro, permite aos professores, de forma interdisciplinar, levarem os alunos a explorar o jogo e a computação em benefício da aquisição de conhecimentos como o património, cultura, identidade regional e história da sua comunidade, tornando-se agentes de construção e transposição num ambiente virtual interativo.
Sandra Martinho, Diretora da Educação e Filantropia da Microsoft Portugal, refere: “Num momento de grande transformação do ensino e da aprendizagem, projetos desta natureza evidenciam a importância da utilização de soluções que aliam o lúdico ao ensino, potenciando uma aprendizagem ativa e colocando em prática o ensino híbrido. Ações como esta demonstram a importância de trazer ferramentas como o Minecraft para estimular novas formas de aprender e ensinar”.
O projeto MI.MOMO.FARO, para além da plataforma Minecraft, pretende ainda promover a discussão pública sobre grandes temáticas da Candidatura de Faro a Capital Europeia da Cultura 2027: a cidade na era digital, a valorização do património cultural enquanto legado para as gerações futuras e a cooperação institucional na regeneração urbana.
Nesse sentido, estão previstas diversas ações de comunicação abertas ao público, designadamente, a realização de três mesas redondas live na página de Facebook @Faro2027. A primeira – “Faro, cidade Modernista no Sul da Europa” – decorre no dia 25 de março, pelas 18h30, e conta com a participação do reconhecido Arquiteto Ricardo Agarez.
O MI.MO.MOMO.FARO é um projeto com dimensão internacional, uma vez que se entrecruza com outros projetos europeus sobre o património modernista. Na Lituânia, Kaunas, a cidade que será Capital Europeia da Cultura em 2022, também integrou esta temática no seu programa artístico.