A startup portuguesa ThinkerDots está a desenvolver uma app que irá controlar acessos de visitantes nos festivais através do rastreamento de testes de Covid-19, assim como da possibilidade de marcação de testes rápidos realizados na entrada dos recintos. A app para controlar acessos a festivais será apresentada no dia 31 de março na final do Linking Up – um programa de inovação aberta resultante de uma parceria entre os Territórios Criativos, Turismo de Portugal e do Instituto Superior de Economia e Gestão – ISEG – que será transmitida online numa sessão que contará com a participação da secretária de Estado do Turismo, Rita Marques.
A nova app para controlar acessos a festivais será testada pela primeira vez no festival gastronómico Chefs on Fire, que acontece no Estoril dias 22 e 23 de maio, e foi desenvolvida para responder ao desafio lançado pela LOHAD – a empresa responsável pela organização deste evento de gastronomia e música. “O objetivo é voltar a realizar eventos seguros, garantindo que todos os participantes testaram negativo ao novo coronavírus”, explica Luís Matos Martins, CEO dos Territórios Criativos, a consultora de apoio ao empreendedorismo que organiza o Linking Up.
Segundo Luís Matos Martins, “esta aplicação faz antever o regresso dos eventos culturais e de lazer com segurança já que, com o desenvolvimento do projeto, estará disponível uma solução acessível para outras iniciativas dirigidas ao grande público, assim como facilitar o acesso a salas de espetáculos, museus, concertos, etc.”
As empresas que participam no programa Linking Up – nomeadamente a Odisseias, a Douro Azul e o grupo Minor Hotels (que detém a cadeia Tivoli) – identificaram lacunas nos seus sistemas operacional. Posteriormente, foram encontradas as startups mais adequadas para desenvolver propostas específicas para responder às suas questões e às especificidades de cada empresa.
“Todo o processo desenvolvido no Linking Up possibilitou o desenvolvimento de soluções ‘à medida’ para as empresas”, afirma Luís Matos Martins. “A aplicação de certas tecnologias – que normalmente seriam aplicadas a outras indústrias – ao setor do turismo aumentou exponencialmente a probabilidade de viabilizar os negócios.”
Realidade aumentada para a Odisseias, poupança de 40% da água para os hotéis Tivoli
Para além da aplicação móvel de rastreio à Covid-19, outras 11 propostas foram selecionadas – num universo de 52 candidaturas – para serem desenvolvidas e apresentadas às empresas no mesmo dia, 31 de março.
A Odisseias – empresa que vende as suas experiências turísticas no online e no retalho (em lojas como a FNAC, Jumbo, etc) – procura uma solução que diminua os recursos aplicados no controlo dos seus stocks e nos custos operacionais de monitorização da exposição dos produtos nas lojas de todo o país, permitindo, também, uma maior eficiência energética no processo. A startup Next Reality aceitou o desafio e está a desenvolver uma proposta com base em realidade aumentada.
Através desta app, a Odisseias conseguirá pré-visualizar expositores e peças de comunicação nos pontos de venda, escolher as mais adequadas e ser notificada sempre que for necessária a reposição de produto: isso dispensará deslocações a todas as lojas onde os produtos Odisseias são atualmente vendidos. “Esta solução poderá vir a revolucionar a forma como os expositores interagem com retalho em todas as indústrias”, afirma Luís Matos Martins.
Ao grupo Minor Hotels – com marcas como Tivoli Hotels & Resorts e Anantara, Hotels, Resorts & Spas, NH Collection, entre outras – vão ser apresentadas três propostas para aumentar a sustentabilidade das suas operações. A Oliófora (uma startup que recentemente recebeu um investimento da Portugal Ventures) irá apresentar soluções de packaging amigas do ambiente, assim como uma gama de produtos (shampôs, gel de duche, etc.) de alta qualidade e 100% sustentáveis.
A AqvaMore (incubada pela TagusPark e vencedora do prémio StartUp Portugal Smart Cities) irá apresentar ao grupo Minor Hotels uma solução que permite baixar o consumo de água per capita reduzindo diariamente o desperdício, de forma simples e com o mesmo conforto: o sistema, de fácil instalação, fará a re-circulação da água fria até que esta chegue à temperatura desejada: quando for aberta a torneira da água quente, a água só sairá quando estiver à temperatura certa, evitando desperdício.
A SWRS (vencedor do programa de ideação Green Up 2020/21) irá propor um mecanismo que reaproveita as águas cinzentas do duche e do lavatório para descargas sanitárias, sem recurso a obras e poupando até 40% do consumo de água por quarto/habitação.
Nesta edição do Linking Up há ainda stratups como a Visor.ai que está a desenvolver propostas para automatizar as interações dos seus clientes com os respetivos stakeholders, seja através de canais de chat no website, redes sociais, canais de e-mail ou voz, permitindo alcançar taxas de automação acima dos 70% e incrementar os leads comerciais em cerca de 10%. AVisor.ai trabalha já com os grupos Generali, Millennium BCP, Fidelidade e com Câmara Municipal de Lisboa, entre outros.
“As soluções encontradas pelas startups que participam no programa serão fulcrais para alavancar o setor turístico, ajustando-o à nova realidade criada pela pandemia da Covid-19”, explica o responsável pelos Territórios Criativos, Luís Matos Martins. “São propostas para ajudar a resolver as recentes incertezas impostas pela atualidade, as quais irão contribuir para recuperar a confiança no setor turístico e devolver otimismo às empresas mais afetadas por esta crise económica”.
O alinhamento para o dia de apresentação das soluções criadas no âmbito do Linking Up conta com a intervenção de Rita Marques, secretária de Estado do Turismo. Também Sérgio Guerreiro, coordenador da gestão do conhecimento do Turismo de Portugal, Gabriel Coimbra, vice-presidente da IDC Portugal e José Veríssimo, vice-presidente do ISEG Lisbon School of Economics and Management farão intervenções.
