O AQUA VINI, primeiro projeto no âmbito da cooperação entre a Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA) e as Águas de Portugal (AdP VALOR), é financiado pelo Fundo Ambiental do Ministério do Ambiente e pretende fomentar a reutilização de água na atividade vitivinícola.
O protocolo já iniciado, em março, na Herdade da Ravasqueira, pretende mitigar as alterações climáticas, promovendo a economia circular e combatendo a desertificação do Alentejo.
O protocolo pioneiro AQUA VINI celebrado entre a CVRA e as Águas de Portugal, pretende reforçar as ações no âmbito da reutilização de águas residuais, reaproveitamento de lamas de estações de tratamento de águas residuais (ETAR); sustentabilidade e economia circular; e projetos de inovação, estando alinhado com o propósito do Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo (PSVA), lançado em 2015.
“É com enorme satisfação que anunciamos a assinatura de um protocolo com a AdP que, estamos certos que se revelará extremamente benéfico para os produtores de vinho alentejano, ao nível da poupança de água, recurso muito escasso na nossa região, e que esperamos igualmente que possa resultar numa revolução na produção vinho em Portugal, que respeite mais o ambiente, promova a reutilização de água e, por conseguinte, que adote um novo paradigma, o da economia circular”, avança Francisco Mateus, presidente da CVRA.
Durante os dois anos de duração do protocolo, pretende-se desenvolver Projetos de Investigação & Desenvolvimento (I&D) – em que se insere o AQUA VINI –, através da promoção de candidaturas a programas de financiamento, de âmbito nacional e comunitário, de projetos de investigação, desenvolvimento e inovação; potenciar a participação conjunta em projetos cofinanciados; dinamizar atividades de sensibilização, workshops e conferências; e promover iniciativas que fomentem a economia circular no Alentejo.
O AQUA VINI é um projeto pioneiro que permitirá estudar “a reutilização de água na atividade de regadio, os efeitos desta aplicação no desenvolvimento das culturas irrigadas e o impacto nos recetores ambientais solo e recursos hídricos, bem como nos sistemas de rega”, esclarece a AdP VALOR.
“Sabendo nós que a agricultura é uma das maiores responsáveis pelo gasto de água em Portugal – cerca de 75% da água ao nível nacional é utilizado por esta área –, percebemos que a nossa responsabilidade é acrescida, que precisamos de agir e agir hoje no desenvolvimento de tecnologias e projetos que garantam que, no futuro, teremos uma viticultura que é sustentável em todo o país, possibilitando um futuro mais risonho para as pessoas, para os negócios e para o planeta”, remata João Barroso, coordenador do PSVA.
Recorde-se que Portugal está em risco de escassez de água até 2040, segundo o World Resources Institute, sendo o Alentejo uma das regiões que regista um mais baixo índice de precipitação e uma das mais afetadas por episódios extremos de ondas calor.