O NRP Almirante Gago Coutinho terminou hoje a terceira fase da missão hidro-oceanográfica em que se encontra empenhado desde 20 de março.
Esta fase consistiu na recolha de amostras de sedimentos superficiais do leito marinho e de amostras para análise de microplásticos, à superfície e na coluna de água.
A colheita de sedimentos foi realizada com recurso a uma draga, enquanto que as amostras para análise de microplásticos foram efetuadas por arrasto vertical, nos primeiros 20m da coluna de água, e por arrasto horizontal, à superfície.
Esta etapa da campanha insere-se nos projetos AQUIMAR e i-plastic, desenvolvidos pela Divisão de Química e Poluição do Meio Marinho do Instituto Hidrográfico, e contou com 36 estações de recolha entre os 15 e os 190 metros de profundidade.
O navio efetuou, ainda, a recolha da bóia multiparamétrica costeira da Nazaré, no âmbito da manutenção da rede de monitorização do oceano costeiro ao largo de Portugal Continental garantida pelo Instituto Hidrográfico.
Sobre
O NRP Almirante Gago Coutinho, da classe D. Carlos I, esteve ao serviço da Marinha dos EUA, tendo sido transferido para a Marinha Portuguesa em 30 de setembro de 1999.
Este Navio, após a chegada a Portugal, passou ao estado de desarmado a aguardar financiamento para a instalação de equipamentos e para a sua conversão em navio hidrográfico. Em maio de 2007, após um ano e meio de fabricos, terminou o processo de conversão num navio hidrográfico.
Do equipamento científico do navio, realçam os sistemas sondadores multifeixe, que permitem a execução de levantamentos hidrográficos até aos 11 000 metros de profundidade, o perfilador acústico de correntes, possibilitando a medição de correntes até aos 700 metros de profundidade, o perfilador de sedimentos, para levantamentos sísmicos e os perfiladores de velocidade de propagação do som na água, que permite colheitas até aos 2 000 metros de profundidade.
Desde maio de 2007, com a atual configuração, o NRP Almirante Gago Coutinho executou diversas missões de carácter científico em águas nacionais e internacionais, de destacar o apoio às operações navais, os levantamentos hidrográficos para o projeto de extensão da plataforma continental e as campanhas oceanográficas para o estudo do ambiente marinho, no âmbito de vários projetos de monitorização ambiental, como o observatório submarino do canhão da Nazaré.