Pelo 5º ano consecutivo, o Fórum Nissan da Mobilidade Inteligente procurou antecipar o futuro da mobilidade e das sociedades. Um amanhã substancialmente diferente, justificado pela emergência ambiental, mas também pelas mudanças de paradigma de consumo das populações. O caminho a percorrer é longo, os desafios são imensos, mas há uma certeza: mais do que nunca, as decisões de hoje é que vão determinar aquilo que queremos para as gerações futuras!
O diretor-geral da Nissan para Portugal, Antonio Melica, iniciou o Fórum Nissan da Mobilidade Inteligente, sublinhando o compromisso da marca de «liderar a inovação para melhorar a vida das pessoas». Nesse sentido, destacou os três eixos em que assenta a estratégia de Mobilidade Inteligente da Nissan – Energia Inteligente, Condução Inteligente e Integração Inteligente – para lidar com um futuro cheio de desafios, mas com a promessa de «até 2050, atingirmos a neutralidade carbónica em todo o ciclo de vida dos nossos automóveis».
O painel “Condução”; debateu as espectativas dos consumidores em relação aos automóveis de amanhã e às diferentes soluções de mobilidade, incluindo a tecnologia de condução autónoma.
Matthew Weaver, vice-presidente da Nissan Design Europe, sublinhou a importância do Nissan LEAF como pioneiro dos automóveis elétricos: «Em 2010, foi uma aposta de um bilião de dólares! Os desafios que a indústria automóvel tem pela frente são imensos e a jornada só agora começou. É um mundo diferente, com novas ferramentas tecnológicas que nos transportam para uma outra dimensão. O automóvel agora está associado ao conceito de responsabilidade social: limpo, produzido com materiais recicláveis e seguro».
Matthew não tem dúvidas de que a perceção sobre o automóvel está a sofrer uma profunda alteração: «o automóvel começa a ser visto (também) como uma solução de mobilidade partilhada, que será usado de uma forma completamente diferente da atual, até por força das tecnologias que estão a ser desenvolvidas ao nível da conectividade e da condução autónoma e com muitas das emoções a serem vividas no meio digital, como os videojogos».
E terminou a intervenção com uma revelação desconcertante: um automóvel construído à escala pelos designers da Nissan, com uma carroçaria integralmente em vidro. Um exercício de estilo inconsequente? O vice-presidente da Nissan Design Europe respondeu assim: «Se o futuro passa pelo objetivo de zero acidentes através da condução totalmente autónoma, um automóvel com uma carroçaria em vidro não poderá ser uma solução, com a vantagem adicional de ser mais amiga do ambiente?»
Passando para uma realidade mais próxima, a intervenção de João Moura, chefe de produto da Nissan Portugal, centrou-se no Nissan Ariya e a razão é simples: o novo crossover elétrico é a expressão perfeita da Mobilidade Inteligente da Nissan. Um modelo que combina as mais evoluídas tecnologias de automóvel elétrico, com um novo nível de conectividade, numa interface homem-máquina totalmente integrada, que proporciona uma experiência de condução absolutamente nova.
Ainda no painel “Condução”;, Manuel Pina, diretor-geral da UBER para os mercados de Portugal e Croácia, referiu «a importância da mobilidade elétrica na recuperação das cidades». O desafio agora passa por criar condições para um ainda maior «acesso a carregamento apropriado», bem como o reforço «dos incentivos financeiros e fiscais» e assumiu o «compromisso de que em 2025, 50% de todos os quilómetros percorridos pela Uber em sete das principais cidades europeias, incluindo Lisboa, serão em veículos elétricos. E 100% em 2030».
Alain Dunoyer, que dirige a área dos Automóveis Autónomos na S&D Automotive, deu três razões para a automação dos automóveis ainda estar distante: «atualmente, os humanos são bons a conduzir! Já a inteligência artificial ainda está na fase da infância e não é capaz de prever tudo, por exemplo, as diferentes condições de aderência das estradas». Para o engenheiro de controlo de sistemas «a automação total do veículo não é a resposta para reduzir os acidentes e as mortes na estrada. O que é preciso é continuar a desenvolver tecnologias de assistência à condução para reduzir a sinistralidade».
O painel “Energia” do Fórum Nissan da Mobilidade Inteligente; perspetivou a gestão e utilização dos recursos energéticos globais, para os próximos anos.
Clíodhna Lyons, diretora de Desenvolvimento Avançado de Produtos da Nissan, começou por destacar que «as ações de hoje é que vão permitir-nos escrever o futuro». Por isso, é importante «liderar a inovação para melhorar a vida das pessoas. No fundo, levar-nos para um mundo melhor, mais inteligente, mais seguro, mais acessível, mais sustentável, mais conectado…». Clíodhna assegura que a Nissan está a desempenhar esse papel, confidenciando que, «até ao final de 2023, 50% das vendas da Nissan, na Europa, vão ser eletrificadas. No final de 2024, 100% dos modelos da marca vendidos vão ter, pelo menos, uma versão eletrificada e, no final de 2030, 100% dos modelos Nissan comercializados, na Europa, vão ser eletrificados».
Mas eletrificação também é sinónimo de e-POWER, a inovadora tecnologia da Nissan que alia a emoção ao volante de automóvel elétrico e a economia de combustível, sem limitações na autonomia. Nicolas Tschann responsável de marketing para a Gama de Crossovers da Nissan, centrou-se no tema: «O motor de tração é 100% elétrico tal como no Nissan LEAF. O e-Power soma-lhe um motor a gasolina como um gerador de potência, para carregar a bateria, permitindo usufruir das vantagens de uma condução puramente elétrica, sem os constrangimentos na autonomia e nos tempos de carregamento».
Sublinhe-se que, ao contrário do sistema híbrido convencional, o Nissan e-POWER permite a utilização exclusiva do motor térmico integrado para a geração elétrica, ao separar completamente o motor de combustão do sistema de tração às rodas. Nicolas também defendeu que «as alterações climáticas, a redução da dependência dos combustíveis fósseis, as restrições às emissões, a urbanização, o desenvolvimento das baterias, as mudanças nos paradigmas de consumo, as anunciadas restrições à circulação de automóveis a motores de combustão, bem como a digitalização conduzem-nos inevitavelmente à eletrificação. Mas, até lá, temos de gerir a transição e o sistema e-Power é a melhor tecnologia de transição neste período».
Jorge Cruz Morais, presidente da Associação Portuguesa de Energia, foi claro: «a eletrificação é a chave para reduzir o impacto global da mobilidade em termos de emissões, seja com recurso a baterias ou células de combustível. Os sectores ligados à mobilidade e à energia estão envolvidos nos mesmos desafios e partilham os mesmos objetivos. As mudanças necessárias são profundas e com impacto estrutural nas indústrias. Levará muito tempo para atingirmos as metas, mas não podemos deixar de sentir a urgência. E como em todas as revoluções, o processo de mudança abre novas oportunidades para todos».
O painel “Energia”; terminou com a intervenção de Yann Ménière. O Economista chefe do European Patent Office revelou que, «desde 2015, o número de patentes em soluções de armazenamento de bateria cresceu 14%. Quatro vezes mais do que outras patentes internacionais!»
«A industria automóvel tornou-se desde 2011 no principal campo da inovação, representando atualmente mais do dobro dos registos de patentes do sector de equipamentos portáteis», referiu Ménière, «e o Japão lidera claramente esta corrida, com mais de 2.300 patentes registadas em 2018 contra “apenas”; cerca de mil patentes da Coreia, Europa, China e EUA!».
O derradeiro painel, “Integração”;, foi dedicado à forma como os automóveis interagem e se ligam com as pessoas e as infraestruturas.
A abertura esteve a cargo de Ponz Pandikuthira, diretor global de Marketing de Produtos, dos Automóveis Elétricos e do Desporto Automóvel da Nissan Motor Co. Ponz sublinhou que as cidades do futuro têm de estar focadas em soluções «para receber influxos populacionais, mas também de sustentabilidade, geradoras de prosperidade das empresas e de qualidade de vida das pessoas». Para isso, há que ter consciência que «a solução não passa por uma única tecnologia. Não pode ser apenas um produto, como os automóveis elétricos, é indispensável todo um ecossistema pensado para ser a solução, desenvolvido a pensar nas expetativas e nas necessidades da sociedade». Mas para Ponz, «os desafios também passam pela redução dos custos e da melhoria da operacionalidade».
Frank Oldfield, diretor dos Serviços de Energia e Integração da Nissan Motor GB, foi outro dos oradores. «A tecnologia do Automóvel para a Rede (V2G – Vehicle-to-grid) é um imperativo do mercado e uma inevitabilidade se quisermos alcançar os objetivos climáticos. Nesse sentido e com base na experiência adquirida com os clientes no Reino Unido, destacou: «A V2G pode ser sinónimo de uma poupança para a economia inglesa entre 410 e 885 milhões de libras/ano. Por outro, pode permitir uma redução de custos por automóvel na ordem das 12.000 libras/ano e uma redução de CO2 de 60 toneladas/ano. Por seu lado, as frotas EV que recorrerem à tecnologia V2G têm potencial para reduzir significativamente os seus custos operacionais».
Conor Maher-McWilliams, diretor de Flexibilidade da Kaluza, uma empresa do Grupo OVO, que impulsiona a descarbonização com recurso a tecnologias inteligentes de baixas emissões, está totalmente de acordo: «no Reino Unido, o nosso cliente médio “importa”; 11,36 kW e “exporta”; 6,77 kWh de energia por dia. A nossa experiência demonstra que os nossos clientes fazem cerca de 18 carregamentos mensais e que as nossas soluções lhes permitem mais-valias que chegam a representar 480 libras por mês».
Paulo Bermonte, Diretor de Inovação e Normalização da EDA-Eletricidade dos Açores, detalhou e revelou alguns números do projeto piloto que está em curso em S. Miguel, para determinar as vantagens reais da tecnologia V2G, com base na utilização de uma dezena de Nissan LEAF e e-NV200. Uma intervenção que também ficou marcada pela frase de encerramento: «Tenho a firme convicção de que a eletricidade torna melhor tudo o que de bom já foi inventado antes».
O Fórum Nissan da Mobilidade Inteligente foi encerrado por Eduardo Pinheiro, Secretário de Estado da Mobilidade, que destacou as políticas e os projetos do Governo de Portugal para uma mobilidade mais sustentável.