Único e inovador o espetáculo que Tim vai apresentar no Coliseu do Porto. Em palco haverá uma história, uma forma de estar particular, cinco amigos próximos e um conjunto admirável de canções. O denominador comum é Tim, veterano que com o projeto 20 – 20 – 20 quis traçar uma espécie de autorretrato, mas também dar corpo à sua própria ideia da música, do que entende serem as canções e a sua mais funda qualidade.
Explica ele sobre este que já é o seu quarto álbum de originais que o título remete para uma memória remota, de uma marca de tabaco muito barata (20 cigarros, 20 gramas, 20 centavos) e que por isso mesmo era a eleita quando em tempos os mais jovens queriam começar a transgredir, a sentirem-se mais crescidos, a desafiar tudo e todos. A ideia de simplicidade desse “branding” de outros tempos poderia igualmente ser aplicada à música: “um tema musical, um assunto de conversa ou um sentimento, um arranjo e pronto”. Parece simples, mas é naquele “e pronto” que reside a magia de quem – e não há muita gente assim – consegue escrever canções que se agarram à nossa vida, à nossa memória e às nossas gargantas. Canções que parece que falam de nós e para nós.
Num disco que foi ele mesmo feito “na estrada”, entre o campo do estúdio caseiro de Tim, a praia na Zambujeira do Mar e a cidade em Toronto, sente-se esse espírito de aventura, a ideia da viagem que a própria música pode conter e a vibração especial entre um grupo de amigos que se conhece muito bem: o veterano Moz Carrapa na guitarra, o menos veterano, mas também muito experiente Nuno Espírito Santo no baixo, os filhos de Tim, Vicente e Sebastião Santos, nas teclas e na bateria, respetivamente. Diferentes gerações unidas por essa capacidade de que Tim encontrou eco na tal marca de tabaco antiga: a de pegar em ideias simples e fazer delas canções, com que palavras que todos entendem, a que qualquer um pode aceder. Canções tão leves que podem nem chegar a pesar 20 gramas, mas com um valor que ultrapassa em muito os 20 centavos que dantes chegavam para um miúdo se sentir mais crescido. O concerto vai ser também assim: uma celebração das viagens e das memórias a partir de um presente que todos queremos transformar em algo de memorável.
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