Drones na fábrica do futuro. O caminho para a eletrificação requer transformação industrial a todos os níveis. Para isso, a inovação é fundamental. Na oficina 9 da fábrica de Martorell, um drone voa entre as linhas de produção. Este é o teste de um projeto pioneiro, juntamente com o centro tecnológico Eurecat, que explora as possibilidades dos drones para otimizar o fornecimento logístico.
Inovação sobrevoando a linha. “O nosso objetivo com este projeto de inovação é explorar as vantagens da mobilidade autónoma vertical para libertar espaço no chão e mover peças leves de uma forma mais rápida, limpa e eficiente.”, explica Alba Gavilán, responsável de Digital Execution & Delivery no departamento de Estratégia de Produção. “Assim, no futuro os drones poderiam transferir componentes de forma autónoma diretamente para a linha”, acrescenta.
Voando sozinhos. Esta fórmula inovadora, por enquanto na fase piloto, destina-se a ser aplicada a toda uma frota de drones programada para voar de forma autónoma. Para que se movam pela fábrica, os drones têm um sistema incorporado que deteta os elementos da oficina através de sensores. “Isto implica, durante o projeto-piloto, muito trabalho de mapeamento, programação e horas e horas de testes também com obstáculos, para treinar o drone em qualquer tipo de situação.”, comenta Gavilán. O projeto de inovação começou a ganhar forma em 2019, acumula mais de 1.500 horas de trabalho, e tem persistido mesmo durante a pandemia COVID-19.
Objetivo: otimizar a logística. Atualmente, na fábrica da SEAT Martorell já habitam outros grupos de robôs que se movem de forma autónoma através das oficinas, os AGVs (veículos guiados automatizados), a AMR (robôs móveis autónomos) e o drone ao ar livre para o fornecimento de componentes. No entanto, a equipa de trabalho de drones, SEAT S.A. Squadrone, percebeu que a logística da fábrica poderia ser ainda mais otimizada aproveitando o espaço aéreo indoor: “Os drones têm a vantagem de poderem mover-se livremente no plano vertical, pelo que facilitarão muito o transporte de peças e complementarão a função que os AGVs fazem no terreno.”, aponta Gavilán.
O futuro, mais perto. Para Jorge Luis Martínez, responsável de Inovação em Logística da SEAT S.A., o futuro da logística passa por integrar o transporte de peças dentro e fora da fábrica, fundindo este projeto indoorscom o plano de voo de drones ao ar livre já existente. “Poderíamos ligar fornecedores próximos à fábrica, estendendo a sua linha de abastecimento diretamente à linha de produção e sem ter que confiar em opções de armazenamento para alguns componentes do carro elétrico no futuro”, explica.
“Esteprojeto é um exemplo de colaboração que materializa a nossa transferência de conhecimento sobre drones inteligentes para aplicações industriais na SEAT S.A.”, sublinha Daniel Serrano, diretor da Unidade de Robótica e Automatização na Eurecat. “Uma revolução do paradigma logístico para nos prepararmos para o desafio elétrico”, conclui Martínez.