O desafio número 1 é o calor seco: enquanto a bateria de um veículo elétrico “simplesmente” perde energia quando está sujeita a baixas temperaturas, já a exposição a elevadas temperaturas comporta o risco de danos. A gestão destas características físicas é o objetivo dos testes extremos em Espanha. Um dos elementos que irá merecer destaque é, por exemplo, o circuito de arrefecimento da bateria: como irá suportar os elevados requisitos de transferência de calor? De que forma irá responder uma bateria quase totalmente carregada a um carregamento adicional? Qual a influência exercida pelo calor na autonomia do veículo?
O programa de testes também integra os testes de descarga da bateria, ou seja, os testes de estrada durante os quais a bateria é completamente descarregada.
Outro aspeto a considerar será o sistema de ar condicionado durante e antes da viagem, visto que a pré-climatização é um fator importante de conforto. É aqui que dúvidas como: “O tempo indicado é suficiente para a pré-climatização?” e “A autonomia calculada está correta quando a temperatura é considerada?” são esclarecidas. Adicionalmente, as características de ruído dos componentes, como é o caso do compressor de ar condicionado em condições de elevada temperatura, são especificamente examinadas.
A poeira em terrenos mais arenosos também é um desafio particular durante os ensaios em Espanha, pois os técnicos de testes pretendem conhecer onde este pó poderá assentar nos componentes e se o conceito de vedação funciona na prática.
Diferentes países representam diferentes circunstâncias, uma evidência que desempenha uma parte muito importante no programa de testes da Mercedes-Benz. A questão fundamental é se a operacionalidade a nível internacional de cada sistema individual está assegurada ou seja se, por exemplo, os sinais de trânsito ligeiramente diferentes são reconhecidos, as portagens são fiavelmente detetadas ou se os limites de velocidade são corretamente detetados pela câmara dos sistemas de assistência. Todas estas questões também são examinadas pelos engenheiros de desenvolvimento durante as longas semanas de testes em Espanha.
Programa de testes exigente na Mercedes-Benz
A validação sistemática de todo o veículo está entre as extensas medidas do processo de desenvolvimento de todos os modelos da Mercedes-Benz, o que serve para sustentar os elevados padrões de qualidade. Antes de ser iniciada a produção de um produto, todo o veículo deve atingir um nível de maturidade definido pela Mercedes-Benz. Isto ocorre em várias fases: a primeira compreende o design e a simulação preliminar através de computador, depois segue-se a validação quer dos componentes individuais em dinamómetros, quer em veículos de testes.
Testes: essenciais antes do lançamento de um novo veículo
- Totalmente computorizados:Os testes por computador abrangem todas as áreas fundamentais do desenvolvimento do veículo: desde a simulação e verificação da qualidade de construção relativamente ao comportamento à colisão, aerodinâmica, conforto e estabilidade, características RVA (Ruído, Vibração, Aspereza), testes de peso, e ainda consumo de combustível e autonomia.
- Do ecrã do computador, passando pelo dinamómetro e terminando na estrada: apesar de todas as vantagens dos testes por computador em termos de rapidez, disponibilidade de dados e eficiência, nenhum veículo é produzido em série sem que seja exaustivamente ensaiado em condições reais. O foco incide na determinação da durabilidade a longo prazo de componentes como os agregados, através de testes em dinamómetro e de testes de funcionamento de todo o veículo em diferentes condições climatéricas. No caso do EQC, naturalmente é prestada especial atenção à cadeia cinemática elétrica e à bateria.
- Um terço/dois terços: com uma proporção de 35% por 65% entre ensaios por computador e ensaios em condições reais, a Mercedes-Benz combina o melhor de dois mundos no interesse dos seus lendários padrões de elevada qualidade.
- É tudo uma questão de proporção:a acústica de um veículo elétrico também desempenha um papel especial: contrariamente a um veículo com motor de combustão, a cadeia cinemática praticamente não produz qualquer som. Isto torna ainda mais importante o som resultante do rolamento dos pneus ou do vento. No que diz respeito a estes requisitos, os engenheiros beneficiam das suaslongas experiências nos testes de ruído, vibração e aspereza.
- Praticamente 200: é esta a quantidade de protótipos e veículos de pré-série que são construídos para o programa de testes.
- Várias centenas: Antes de ser lançado para produção, o veículo deve ser testado e validado por várias pessoas de diferentes departamentos de desenvolvimento. Nos testes estão envolvidas centenas de especialistas, desde os departamentos específicos, que aprovam os seus componentes e módulos, aos testes de resistência do veículo completo.
- Cerca de quatro anos: no caso do EQC, o tempo total de desenvolvimento é de aproximadamente quatro anos.
- Estações do ano:ao longo de três invernos e três verões, o EQC é sujeito a condições extremas, desde os -35° aos 50° Celsius.
- Um verdadeiro cosmopolita: antes de ser lançado no mercado em vários países em todo o mundo, o EQC terá sido sujeito a extensos testes na Alemanha, Finlândia, Suécia, Espanha, Itália, Dubai, África do Sul, EUA e China.