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“A tradição já não é o que era” …. felizmente!

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“A tradição já não é o que era” …. felizmente!
Termas de S Pedro do Sul - ©Aldrabiscas

Acompanhados por Vítor Leal, presidente da Associação das Termas de Portugal, fomos ‘(re)conhecer’ as Termas de S. Pedro do Sul.

O ponto de partida foi o Balneário Rainha Dª Amélia. Construído em 1894, hoje alia a tradição aristocrática a uma renovada e requintada modernidade. Um moderno SPA, que se posiciona cada vez mais para a saúde e o bem-estar, com oferta de tratamentos personalizados de alto nível e onde se iniciará a utilização da linha de produtos de dermocosmética, em tratamentos, massagens corporais e faciais.

“Em 2007/2008, começou a investigação da nossa água termal, que demorou cerca de sete anos. Finalmente conseguimos incorporar a água termal na dermocosmética. Em 2014 lançamos a linha Acqua que é a primeira linha de dermocosmética nacional, com incorporação de agua termal…. e como já temos uma linha desenvolvida, que neste momento tem cerca de 8 produtos, vamos lançar ainda este ano mais dois. A linha de produtos de homem e a linha de exfoliantes” referiu Vítor Leal acrescentado, “a nível do Provere, estamos a desenvolver um estudo preliminar nas águas da região centro, para saber quais as suas especificidades e potencialidades, para que cada estancia termal possa desenvolver, caso achem por bem, uma linha de dermocosmética própria. Este ano numa primeira fase, já apareceu em Chaves, um primeiro produto de dermocosmética”.

Soluções ‘taylor made’ para os termalistas estão nos horizontes da Associação das Termas de Portugal. A possibilidade de criação de um instituto é real maximizando, desta forma, a eficácia quer de tratamentos quer da vertente ‘wellness’.

Rumamos ao balneário D. Afonso Henriques. Deparámo-nos com um amplo e moderno edifício, dotado de equipamentos de última geração, num ambiente confortável e acolhedor.  Elevando o nível da oferta termal em Portugal, para os patamares de excelência do século XXI, este renovado Balneário apaga definitivamente da nossa memória, a imagem das instalações termais associada a antigas unidades hospitalares, com salas frias e estreitos corredores.

Com capacidade para acolher cerca de 12 000 aquistas anuais, a promoção e desenvolvimento da estancia termal é fundamental. “Neste momento temos cerca de 14 milhões de investimento a decorrer aqui, só na estancia termal. Temos 2 hotéis a fazer obras profundas de remodelação para passar de 3 para 4 estrelas: Hotel Lisboa e Hotel Vouga, um com investimento um de 6 milhões e setecentos mil [hotel Lisboa] e o hotel Vouga, um milhão e oitocentos mil. Dois hotéis que no próximo ano vão abrir com uma capacidade totalmente nova e diferenciadora”, refere Vitor Leal.

Dois projetos de grande impacto nos domínios ambiental e económico estão em desenvolvimento: uma Etar no valor de três milhões de euros, para despoluir o rio e o aproveitamento da energia geotérmica na agricultura nomeadamente, em estufas para produção de ananases e bananas.

Mas para competir no exigente e cada vez mais importante mercado, do turismo de saúde e bem-estar nacional e internacional há que ter presente que os aquistas apenas estão ocupados durante quatro ou cinco horas, com os tratamentos das termas, sendo necessário ‘ocupar’ esta população sazonal. Assim, segundo Vitor Leal, está em criação “um percurso lúdico á volta do rio Vouga cuja obra já foi adjudicada e vai entrar em obra ainda este ano. Com um investimento de 700 mil euros estamos a fazer a ligação do chamado ‘percurso do Vouga’, através de uma Eco Pista que já conta com cerca de 4 km e que liga o centro de São Pedro do Sul, aqui às termas e vai fazer a ligação à pista do Dão, procurando criar no futuro a maior Eco Pista da Europa. Cerca de 70% ficará concluída n próximo ano, ano e meio, ficando a faltar o ultimo percurso entre Sever do Vouga e Aveiro, que está neste momento em estudo.”

Na vertente cultural e lúdica que a autarquia e a Associação das Termas, promove diariamente, constam caminhadas, aulas de pilates, ginástica e dança ministradas por três professores de educação física. À noite espetáculos musicais e até os populares ‘bailaricos’ animam a praça central junto ao Balneário Rainha D. Amelia.

Para alem destas atividades, duas vezes por semana (sábado e quarta feira) são feitas visitas guiadas ao centro urbano de São Pedro do Sul e aos monumentos nacionais, terminando o passeio no mercado tradicional de agricultura, onde se podem adquirir produtos da terra aos produtores locais.

Com um brilhozinho nos olhos, Vitor Leal fala das visitas quinzenais às 14 aldeias que compõem o concelho e que numa organização conjunta do Município, Juntas de Freguesia, Associações locais e da Termalistur, revelam as tradições rurais. “Dizemos que são 14 freguesias, 14 experiências. Cada freguesia tem algo muito identitário muito próprio. Em Manhouce vão fazer a manteiga com a Isabel Silvestre e com o grupo de cantares de Manhouce. As pessoas passam lá o dia, fazem a manteiga, interagem com a população, almoçam, cantam, dançam e ficam a conhecer as tradições locais. Em Milagres de Pindelo a tradição é a ‘malha do milho’. Em Aveloso é o ‘Fabrico do pão-de-ló de Sul’ e por aí fora”.

Mas se é importante investir no presente, há que pensar e, sobretudo,  investir no futuro. Assim, o centro educativo é já uma realidade. “Estamos a trazer aqui crianças das escolas infanto juvenil para que percebam em que é que a agua termal pode ser utilizada. Em que é que ela pode beneficiar as pessoas e a economia. Os nossos guias explicam às crianças como é utilizada a agua termal e as crianças vão para o nosso laboratório e fazem eles próprios um creme dermocosmético, que depois  levam para casa. É importante para perceberem como a agua termal é importante na conceção do creme. A nível nacional a agua termal não está tão bem aproveitada como podia estar. Tem muitas mais potencialidades que apenas para banhos”.

Fugir do bulício, tratar da saúde, da mente. Relaxar com um duche Vichy ou com o programa de massagens a dois “you&me”. Passear pelas margens do rio, dar umas braçadas na piscina e apreciar a gastronomia rica e variada da região. Disfrutar da beleza desta terra e da hospitalidade das suas gentes é o convite que vos deixamos. Sim, porque “o termalismo já não é o que era” …. felizmente!