Mendonça repetiu o segundo lugar da véspera mas foi ele quem disse que “nem em sonhos” pensava que a equipa iria alcançar estes resultados na segunda etapa. “Fizemos um trabalho espectacular. Assumimos a corrida sem medo”, explodiu ainda em cima da bicicleta. Vicente também realçou o esforço colectivo e claro que não poderia deixar de lado uma palavra sobre as temperaturas altas: “Estava muito calor e a etapa foi muito longa”.
Sob o signo do calor, a organização da Volta enalteceu o modo como, sobretudo, o pelotão “munido dos mais nobres valores desta exigente modalidade soube ultrapassar as enormes dificuldades provocadas pela temperatura extrema da etapa”. A todos os corredores e demais elementos que circularam na prova, a Podium Events rende sincera homenagem e agradece o espírito solidário de todas as corporações de bombeiros dos concelhos atravessados que tudo fizeram para que a etapa fosse concluída com sucesso.
A baixa velocidade, média de 35 Km/hora, justificada pelos mais de 40 graus que acompanharam o pelotão pelo segundo dia consecutivo, prolongou a corrida meia hora mais do que estava previsto. Foram 203,6 quilómetros que começaram em Beja, naquela que foi a etapa mais longa desta 80ª Volta a Portugal Santander.
Para “esticar” ainda mais o dia, uma queda nos últimos 500 metros lançou dúvidas sobre quem seria o Camisola amarela. Houve cortes no pelotão e os comissários tiveram de analisar se ocorreram antes ou devido à queda, que afetou, entre outros, César Martingil, o líder da juventude, camisola branca RTP. A decisão dos comissários foi dar o mesmo tempo a todos, o que permitiu a Rafael Reis (Caja Rural-Seguros RGA) manter a Camisola Amarela conquistada no prólogo de Setúbal.
Após esta travessia alentejana que não acontecia na Volta há 20 anos, a única mudança, em Portalegre, em termos de classificação foi nos pontos. Depois de dois segundos lugares, Luís Mendonça é o novo dono da Camisola Verde Rubis Gás.
Este sábado, um dia antes da Serra da Estrela aparecer no percurso da Volta a Portugal, realiza-se a Etapa Vida. Será uma homenagem da Volta a Portugal às populações atingidas pelos incêndios de 2017. Esta terceira etapa vai levar o colorido do ciclismo às regiões mais afectadas. A Podium Events, entidade organizadora da Volta, juntou patrocinadores e abdicou de parte das receitas financeiras para lembrar as vidas perdidas e os territórios e sobretudo para enaltecer a valentia dos que puseram mãos à obra com o objetivo único de reconstruir a vida Serão 177,8 quilómetros entre a Sertã e Oliveira do Hospital passando por Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pêra, Lousã, Góis, Arganil e Tábua. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, entre outras individualidades, associam-se a esta homenagem e vão marcar presença na chegada.
Será o início de uma nova fase da Volta com muita montanha, com duas quartas categorias, duas terceiras e uma segunda, esta última na Serra da Lousã, pelo que poderá começar uma nova arrumação na classificação geral.