“Um Tejo de todos e para todos” é o mote da missão levada a cabo por cinco portugueses que em 9 dias vão percorrer 947 quilómetros de bicicleta. A iniciativa que começou há 6 dias chega hoje a Alcántara, a última paragem em território espanhol, somando já 615 quilómetros percorridos.
Com esta iniciativa, intitulada “Tejo é Vida”, os ciclistas pretendem alertar para os problemas ambientais que ameaçam o Rio Tejo, tais como “os caudais insuficientes, retenção de água nas barragens, poluição das águas do Tejo e seus afluentes, bem como as barreiras à conectividade fluvial”, refere a organização.
Este protesto decorre numa altura em que se reclama também o encerramento da central nuclear de Almaraz, a 100 km da fronteira portuguesa, que está a ameaçar diretamente o maior rio da península ibérica. “A operação quotidiana de uma central nuclear é altamente poluidora: o rio Tejo tem um nível de poluição radiológica acima de qualquer outro rio português devido à central de Almaraz. Quando mais perto estamos da central, maior a poluição radiológica”, afirma João Camargo, Engenheiro do ambiente.
Num artigo de opinião publicado na revista sábado, João Camargo defende que “o posicionamento de Almaraz no Tejo e a 100 km de Portugal torna os problemas de Almaraz em problemas internacionais e sem fronteiras” e explica que “um acidente nuclear em Almaraz colocaria em causa direta a existência de Portugal enquanto país, com o país a ser cortado ao meio (de Madrid a Lisboa a devastação seria garantida e o Tejo tornar-se-ia um rio morto e venenoso)”.
O grupo é constituído por Alexandra Bartolomeu, Pedro Fiadeiro, Tiago Silva, Filipe Gaivão e Carlos Silva. Os ciclistas partiram no dia 10 de Albarracín, onde se situa a nascente do Rio Tejo, e vão terminar em Lisboa, junto ao Oceanário, no dia 19 de junho.