Morreu, ontem, dia 31, Mário Moniz Pereira, antigo atleta, treinador e dirigente, ligado durante décadas ao atletismo e ao Sporting. Além do “Sr. Atletismo”, Moniz Pereira era também compositor e intérprete.
A história da vida de Moniz Pereira, noventa e cinco anos “bem vividos”, confunde-se com a do atletismo, e também com a do fado.
Nascido a 11 de Fevereiro de 1921, em Lisboa. Depois de concluído o liceu, entrou para o INEF, atual Faculdade de Motricidade Humana. Já depois da II Guerra Mundial, deu aulas como assistente e iniciava os primeiros passos como treinador do Sporting, clube do qual era o sócio número 2.
Ao todo, esteve presente em 12 Jogos Olímpicos. Curiosamente a sua primeira presença foi em Londres, em 1948, onde viria a terminar em 2012.
Um dos seus maiores sonhos de “um dia um atleta treinado por mim vá aos Jogos Olímpicos ganhar a medalha de ouro e que eu ouça o hino português ouvido em toda a parte do Mundo”, concretizou-se em agosto de 1984, quando Carlos Lopes subiu ao pódio em Los Angeles.
Além do “Sr. Atletismo”, Moniz Pereira era também compositor e intérprete. Sem nunca ter aprendido música, foi autor de mais de 120 sucessos, entre fados e canções. Como letrista foi cantado por alguns grandes da música portuguesa tais como Lucília do Carmo, Carlos do Carmo, Amália, Carlos Ramos, Tony de Matos, Fernando Tordo, João Braga, Camané, Paulo de Carvalho, Maria da Fé, Rodrigo ou Maria Armanda.
Nesta longa carreira musical, há que destacar um dos seus mais conhecidos fados “Valeu a Pena”, do qual são conhecidas, pelo menos, 18 versões desde a data da sua criação em 1964. De salientar que Moniz Pereira foi o autor quer da letra quer da música deste fado.
Serão conhecidos, hoje, detalhes sobre as exéquias.