A cerimónia que decorreu no Teatro Académico Gil Vicente e que visa premiar os atletas que mais se distinguiram durante o ano de 2018, contou com a presença do ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues,  que para surpresa de todos, chamou ao palco Vitor Félix, presidente da Federação Portuguesa de Canoagem,  a quem entregou a Medalha de Honra ao Mérito Desportivo, dizendo: “Esta medalha é vossa e esta medalha é por tudo aquilo que o país deve à canoagem”, afirmou o governante.

A Medalha de Honra ao Mérito Desportivo, uma das mais altas condecorações desportivas nacionais, destina-se a galardoar individualidades e coletividades nacionais ou estrangeiras pelos serviços prestados em prol do desporto nacional e pela continuidade ou repetição de ações ou factos relevantes, prestigiando o desporto português e o nome do país.

Tiago Brandão Rodrigues, que tutela a área do Desporto e que se diz “apaixonado pela canoagem” lembrou o “ano excecional de 2018” para a canoagem nacional, os dois títulos mundiais conseguidos por Fernando Pimenta, em K1 1000 e K1 5000 metros, afirmando que um bicampeão mundial “não aparece por coincidência, nem por simples força”, mas sim pelo esforço e trabalho realizado.

O Ministro da Educação, lembrou ainda a evolução da modalidade em Portugal, salientado o facto de que a canoagem portuguesa “já é uma potência mundial”, dado a “consistência de resultados conseguidos ao longo dos últimos anos e a projeção que a canoagem granjeou”.

Momentos antes, Vitor Félix, em conversa informal com o aNoticia.pt, tinha classificado o ano transato como “inesquecível”, já que 2018 foi um ano excelente, de grandes desafios em que a FPC se superou ao organizar vários eventos desportivos internacionais, com destaque para os dois campeonatos do mundo – o campeonato do mundo de velocidade  em Montemor-o-Velho e dez dias depois o campeonato do mundo de maratona na Vila de Prado.

Com um sorriso Vitor Félix diz sentir-se muito feliz já que “a organização destes dois eventos, atestam bem o que é a nossa capacidade organizativa e também porque juntámos a cereja no topo do bolo e obtivemos excelentes resultados desportivos. Tivemos quatro títulos mundiais, três dos quais em Portugal conquistados nessas organizações o que faz com que a canoagem portuguesa, tenha essas duas grandes imagens de marca. Por um lado, a capacidade de organizar grandes eventos e por outro a obtenção de grandes resultados desportivos por parte dos nossos atletas!”

“Assim se justifica esta gala que organizamos anualmente e que pretende reconhecer o mérito não só desses atletas que foram campeões nacionais, que obtiveram títulos internacionais, mas também das autarquias que foram nossas parceiras na organização destes grandes eventos.”, conclui.

Falou-nos ainda da estratégia de captação de jovens nomeadamente através dos centros de formação desportiva, alguns deles situados ao lado de clubes que são casos de sucesso. Muitos dos atletas de hoje vieram através do desporto escolar e “posso dizer que em 50 centros de formação desportiva espalhados pelo nosso país nós estamos presentes em 40. Por isso é nossa ambição massificar a todos os níveis a modalidade, com dois objetivos:  fazer uma deteção de talentos para que possam surgir mais “Fernandos Pimenta”, mais “Emanueis Silva”, mais “Joanas Vasconcelos” e por outro lado para que a canoagem possa ser praticada não só pelos mais jovens, mas por toda uma população dos mais novos aos seniores.”

Mas se 2018 foi um ano inesquecível, 2019 vai ser sem dúvida um ano muito exigente, já que é o ano de preparação para o apuramento olímpico, nas duas especialidades (velocidade e slalom) que compõem o programa olímpico. A FPC tem como objetivo levar entre 8 a 10 atletas, superando os 8 que foram ao Rio de Janeiro. Mas Vitor Felix, olhando a realidade diz “Pretendemos voltar a entrar na luta pelas medalhas, mas é claro que a fasquia da modalidade está cada vez mais elevada”.

Em 2019 a Federação Portuguesa de Canoagem vai ainda organizar em Coimbra o Campeonato Europeu de Kayak Polo.

Nesta gala foram distinguidos com diplomas mais de 200 atletas campeões nacionais de 2018 e vencedores das primeiras pagaiadas do ano passado, 30 clubes campeões nacionais por especialidade, o Clube Canoagem de Amora, vencedor do ranking nacional de veteranos e o vencedor do ranking nacional 2018, o Clube Náutico de Ponte de Lima.

A Federação Portuguesa de Canoagem atribuiu o prémio de atleta do ano ao bicampeão mundial Fernando Pimenta e Maria Rei, campeã do mundo júnior em K1 1000 metros, foi distinguida no setor feminino.

No final, Fernando Pimenta, satisfeito, confidenciou-nos “que este prémio é sempre um motivo de orgulho e de satisfação, porque é o reconhecimento por parte da família da canoagem do meu esforço, dos meus resultados e é sempre muito gratificante esta distinção”.

Hélio Lucas, técnico de Fernando Pimenta, foi distinguido como treinador do ano, Messias Baptista jovem promessa do ano, o canoísta José Ramalho recebeu o prémio fair-play e a equipa do ano foi atribuída ao K2 500 metros de Joana Vasconcelos e Teresa Portela.

Joana Vasconcelos e Teresa Portela, que iniciaram o ano passado um novo projeto feminino com Hélio Lucas como novo treinador, dizem que este vai ser um ano muito importante. Teresa Portela salienta “que este é o ano do apuramento olímpico, e esperamos que os resultados apareçam e que sejam suficientes para o apuramento no K2 com a Joana, mas também no k4, porque temos uma equipa forte.”, enquanto que Joana Vasconcelos diz que “nós vamos apostar em tudo, ainda não sabemos bem o que vamos fazer. A seletiva é que irá mostrar quem vai entrar nas tripulações, mas vamos apostar em K2 e K4.  A equipa feminina tem estado presente nos jogos olímpicos desde 2008 e queremos muito voltar a estar lá em 2020.”

A gala dos Campeões de 2018, terminou com a alegria do todos que viram o seu trabalho reconhecido.  Federação, Clubes, Atletas e Municípios, sabem que o trabalho os espera, para que a próxima gala, seja ainda mais espetacular.