O documento histórico tinha sido detetado à venda na plataforma online OLX por 750 euros e a PJ do Porto interveio para apurar se se tratava de uma venda ilegal, o que não se verificou.
Com efeito, o pergaminho tinha sido comprado há muitos anos num alfarrabista pelo arquiteto Nunes da Ponte, que decidiu vendê-lo através da Internet, no ano passado. A presença do documento para venda online foi detetada pelo Arquivo Nacional e, com o apoio policial, foi então possível contactar o vendedor e avaliar a autenticidade do pergaminho. Surgiria assim também a possibilidade de ser o Estado Português a adquiri-lo, pelo que pôde ser agora entregue pelo diretor da PJ no Norte, Norberto Martins, ao Arquivo Nacional da Torre do Tombo.
Datado de 26 de janeiro de 1383, o documento é a escritura de entrega do Castelo de São Jorge pelo seu alcaide, Martim Afonso Valente, a João Afonso Telo, Conde de Barcelos, segundo uma ordem do Rei D. Fernando. O tabelião da escritura foi Peres Esteves e o ato foi testemunhado por Diogo Gonçalves, alcaide do Castelo de Faria.
O pergaminho vai ser desde já integrado na base de dados da Torre do Tombo, designadamente no fundo documental da Casa de Abrantes, que é a sua origem, podendo ser acedido online. Além disso, poderá também ser visto na exposição sobre Lisboa na Idade Média, a partir de 23 de abril, segundo adiantou Silvestre Lacerda, diretor-geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas e responsável máximo pelo Arquivo Nacional.
Fonte: CMP