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‘Odeio este tempo detergente’ subiu ao palco do Teatro Sá da Bandeira

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‘Odeio este tempo detergente’ subiu ao palco do Teatro Sá da Bandeira
'Odeio este tempo detergente' no Teatro Sá da Bandeira - ©Estelle Valente / Teatro São Luiz

 

Ana Nave, também diretora artística deste espectáculo, trouxe a poesia de Ruy Belo para o palco, crente de que não é possível fazer a história da poesia portuguesa do século XX sem falar deste poeta que não deixou ninguém indiferente: “Uma obra à qual não é possível colar rótulos e que é atravessada por uma ideia de construção feita de casas, pássaros, árvores, homens em trânsito, jogos de luzes e sombras com o espaço e o tempo.  Em Ruy Belo o humanismo não se explica, expõe-se através de perplexidades.”

O espetáculo reúne uma seleção de 17 poemas da poesia de Ruy Belo muito marcados pelos anos 60. ‘Certas formas de nojo’, ‘Espaço preenchido’, ‘Povoamento’, ‘Elogio a Maria Teresa’, ‘Um dia não muito longe, não muito perto’ são alguns dos poemas que integram o espetáculo e são ditos à vez pelas atrizes.

O cenário é composto por três telões onde se iam projetando imagens a preto e branco, os adereços resumiram-se a dois pares de sapatos, de um lado do palco. Do lado oposto, uma mesa de apoio ao músico José Peixoto, que ao longo do espetáculo ia tocando música ao vivo, e outro par de sapatos.