Através de uma composição escultórica que integra livros e restos de uma demolição, a artista plástica Fernanda Fragateiro questiona ideias feitas sobre a estabilidade ou perenidade do material, a sua decomposição e desaparecimento, o devir entre construção e destruição, ou a beleza que surge da ruína.
“Demolição, 4” é o título da obra que foi comprada pelo Município do Porto em 2018, no âmbito da reativação da política de aquisições da Coleção de Arte Municipal, e que servirá de mote para esta conversa.
A moderação é assegurada pelo adjunto de Rui Moreira para a Cultura, Guilherme Blanc, que recebe como convidados a própria artista Fernanda Fragateiro e ainda João Azinheiro, arquiteto e presidente fundador da Kubikgallery.
Nascida no Montijo em 1962, Fernanda Fragateiro tem vindo a produzir obra que consistentemente tematiza a importância do espaço construído e o exercício de poder que este produz e estimula, bem como a endémica invisibilização das mulheres na produção de espaço. Articulando conceptualmente ferramentas da arquitetura, da escultura e da história de arte, a artista intervém ativamente no debate sobre a criação de espaços de conhecimento: “Se enquanto objeto os livros podem ser transformados, originando pequenos edifícios, desenhos ou pedras de calçada, enquanto conteúdo representam ideias que operam num processo de construção”, afirmou.
A participação é gratuita, mas limitada ao espaço disponível no átrio da Câmara do Porto (140 lugares).
Local: Porto, Átrio dos Paços do Concelho (Praça General Humberto Delgado)