A derradeira etapa da prova-rainha do ciclismo, que vai ser discutida entre Gaia e Porto, foi apresentada ao final da tarde na Biblioteca Municipal Almeida Garrett pelo presidente da Câmara do Porto com o seu homólogo gaiense, Eduardo Vítor Rodrigues, o antigo campeão e atual diretor da Volta a Portugal, Joaquim Gomes, e o presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, Delmino Pereira, também ele antigo vencedor da Volta a Portugal.
A sessão teve início com a apresentação do livro “Primórdios do ciclismo em Portugal”, escrita por Filipe d’Orey Marchand para tributo ao seu avô José Diogo de Albuquerque d’Orey, campeão do século XIX. Trata-se de uma obra com o apoio da Câmara do Porto e de Rui Moreira, que destacou ser o Porto “uma cidade que adora o ciclismo”, como o demonstra o enorme público em cada prova velocipédica na cidade e os vários clubes da Invicta com forte dedicação à modalidade. Além disso – justificou – a iniciativa de voltar a trazer a Volta a Portugal aos Aliados enquadra-se na estratégia de “todos os anos variar a oferta desportiva” no Porto, algo que Rui Moreira salientou ter sido reforçado por via da colaboração com Eduardo Vítor Rodrigues, exemplificando com as competições náuticas ou a Red Bull Air Race.
Os elogios seriam devolvidos pelo autarca de Gaia, para quem as duas cidades “têm sido interdependentes”. Eduardo Vítor Rodrigues considera o facto extremamente positivo e aproveitou para afirmar que “a cidade do Porto está bonita e tem sido bem trabalhada” pela ação de Rui Moreira na autarquia.
Por isso, Rui Moreira falou pelos dois ao garantir que “vamos fazer todos os possíveis para que seja uma final inolvidável” a que, a 11 de agosto próximo, trará a Volta de regresso às margens da foz do Douro.
Por sua vez, o presidente da federação, Delmino Pereira, recordou também ele as memórias da última chegada aos Aliados com as cores do Boavista, em 1989, mostrando-se convencido de que “voltaremos a ter o mesmo entusiasmo tantos anos depois”.
A celebrar os 90 anos, a prova chega assim ao final com um contrarrelógio entre Canidelo/Santa Marinha/Coimbrões/Avenida da República/Santo Ovídio/Ponte do Infante/Largo de Soares dos Reis/Freixo/Marginal/Túnel da Ribeira/São Bento/Clérigos/Aliados. Serão 19,5 quilómetros com trajetos de diferentes características a terminar pela nona vez frente à Câmara do Porto.
Duas cidades unidas por um rio e pelo ciclismo
Presente na Volta desde o seu arranque, o Porto falhou apenas uma das 37 primeiras edições (não integrou o mapa da 8.ª Volta, em 1939), mas dois anos depois foi simultaneamente cidade de início e de final da prova.
Em 1989, na 51.ª edição, foi aqui coroado pela última vez o Rei da Volta – Joaquim Gomes, o atual diretor da prova – numa etapa também discutida em sistema de contrarrelógio individual com início em Matosinhos e um traçado de 21,5 quilómetros.
No longo historial da Volta, o Porto marcou presença em 141 etapas, das quais 70 foram chegadas e oito delas tiveram o selo de Grande Final da prova.
Por seu lado, Gaia tem menos inscrições no historial da competição, na qual se estreou em 1961 quando se correu a 24.ª edição. Foi então início de uma etapa de 92 quilómetros até Sangalhos, ganha por Lima Fernandes (Alpiarça). Gaia daria ainda o tiro de partida para mais cinco etapas e seria palco dos festejos finais de outros seis dias da Volta, dois deles (1992 e 1995) a coincidir com o final da Volta a Portugal em Bicicleta.
A 81.ª Volta a Portugal Santander, que se corre de 31 de julho a 11 de agosto, é apresentada oficialmente a 6 de junho, em Lisboa.
Fonte: CMP