O último dia do Festival do Crato teve como cabeça de cartaz o fenómeno da pop norte-americana, Matt Simons. Antes subiu ao palco a dupla responsável por vários concertos esgotados nos coliseus de Lisboa e Porto, António Zambujo e Miguel Araújo.
Simons, Zambujo e Miguel Araújo fizeram as delícias dos presentes mas, para Diana Felício, natural de Tolosa, Portalegre, o prémio de melhor concerto do festival foi para a banda de indie rock Kaiser Chiefs e a sua atuação no penúltimo dia, que contou com êxitos do novo álbum ‘Stay together’:
“O Ricky (Wilson) foi irreverente, como sempre, e cumpriu a tradição de subir à estrutura das colunas. Também deu umas palavrinhas em português, repetindo ao longo do concerto “obrigada” e “nós somos Kaiser Chiefs” e nós, claro, adoramos esse pormenor”.
Para a assistente de bordo, uma das desilusões foi o aguardado James Morrison, mas a fadista Ana Moura foi uma surpresa porque “interagiu imenso com o público que esteve sempre animado e a cantar, o que, dado ser um público maioritariamente muito jovem, podia não ser o esperado”.
Considerado como artista-revelação do universo blues/folk do Sul da Europa, Frankie Chavez tomou conta do palco depois do concerto de Custódio Castelo e Rão Kyao e os festivaleiros cantaram temas como ‘I don´t belong’, ‘Time machine’, ‘Nazaré’, ´Sweet life’ e ‘Voodoo Mama’.
Ceia da Silva, presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, afirmou que “o Festival do Crato marca o calendário nacional como o Sudoeste ou Paredes de Coura” e considerou “brilhante” a divisão do evento, que este ano teve áreas distintas para a gastronomia, artesanato e espetáculos.
A separação entre as zonas de concertos, artesanato e gastronomia é apontada também pela tolosense de 24 anos como umas das consequências do crescimento do festival:
“Venho ao Crato há cerca de 10 anos com um grupo de amigos, mas antes já vinha com os meus pais. Já passaram por cá grandes nomes, incluindo internacionais, como este ano, o que, num meio pequeno, do interior e há 20 anos era raro e muito apreciado. Tudo isso fez elevar o nome do Crato e, claro, começou a haver cada vez mais público e o espaço foi mudando.”
Integrando a 31ª edição da feira de artesanato e gastronomia, o Festival do Crato conta com cerca de duas centenas de stands que representam o país de norte a sul e, para os expositores da área da restauração, é uma “montra única” para promover os seus produtos e uma fonte de receitas importante.
A edição de 2016 do Festival do Crato terminou ontem, sábado, mas pode aproveitar para visitar o vasto património de período megalítico espalhado pelo concelho, com cerca de 70 antas, as vilas e povoados fortificados com vestígios romanos e os vários exemplos de arquitetura medieval e moderna.