Neste importante evento em que o turismo interno esteve em discussão, os painéis deste 2º. dia, trouxeram a debate o “Turismo no Interior do País – Ativos Diferenciadores”, moderado pelo diretor do jornal Expresso, João Vieira Pereira e o “Turismo na Orla Costeira – Ativos Diferenciadores”. Conduzida por Rui Baptista, jornalista da Agência Lusa.
Sobre o “Turismo no Interior do País – Ativos Diferenciadores”, discutiram-se as potencialidades e a oferta que interior do país tem para oferecer, desde as paisagens, à gastronomia, para alem do saber receber e da simpatia do povo português. João Paulo Catarino, secretário de Estado da Valorização do Interior, salientou o facto de ser necessário oferecer condições diferenciadoras e estruturadas a quem visita o interior do país, frisando ” Necessário é também assegurar que os turistas deixem retorno económico nos locais que visitam, que interajam com os habitantes locais. Não queremos que o interior seja apenas uma sala de visitas para quem passa” afirmações que foram corroboradas pelos outros intervenientes do painel.
O “Turismo na Orla Costeira – Ativos Diferenciadores”, teve como protagonista, entre outros, o presidente da Câmara Municipal da Nazaré, que estrategicamente conseguiu transformar a Nazaré, num caso de sucesso internacional. Uma estratégia que, segundo o autarca, tem como pilar essencial a comunicação, através de filmes promocionais, muitos deles premiados internacionalmente, a realização de eventos mediáticos e sem dúvida a divulgação, no mundo do surf, do canhão da Nazaré. Como resultado, a Nazaré recebe visitantes durante todo o ano, combatendo o problema da sazonalidade e trazendo retorno económico à cidade.
Luis Marques Mendes, advogado, comentador político e Conselheiro de Estado, um dos oradores mais aguardados, considerou este fórum, uma “uma iniciativa muito feliz, importante e pertinente”.
Marques Mendes, brindou o Fórum Vê Portugal com uma interessante palestra dedicada ao tema “Binómio: Portugal para Viver, Portugal Destino Turístico”, referindo que “o turismo é um dos ativos mais importantes para desenvolver o país”, identificando quatro razões principais para esta mudança. Em primeiro lugar, “reforçar a boa imagem do país no exterior, já que Portugal está associado a uma imagem de hospitalidade e de segurança que atrai visitantes” em segundo lugar, “potenciar grandes ativos estratégicos”, com destaque entre outos para “o clima, a gastronomia, a História ou a cultura”.
A terceira razão é “a aposta sem preconceitos na iniciativa privada …. O excesso de burocracia e de carga fiscal mata o investimento”, sublinhou e finalmente, a quarta razão “a aposta na imprensa internacional e no marketing digital. Ninguém liga à publicidade institucional, mas liga-se muito a um artigo ou reportagem sobre um destino que seja publicado na imprensa internacional. Isso atrai turismo”, referiu.
A encerrar o Forum, Luís Correia, presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, teceu elogios à organização do evento. “O Fórum Vê Portugal passou a ser uma referência para nós a partir de hoje. É uma honra ter-vos recebido”, sublinhou. O autarca recordou que “Castelo Branco não tem uma tradição forte a nível do turismo”, uma situação que tem vindo a reverter com aposta em “produtos turísticos, em cooperação com concelhos vizinhos” e coma criação de infraestruturas ligadas ao turismo, aliada a uma “aposta muito forte” na área cultural.
Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo Português, considerou importante o facto de “Portugal ser o 14.º destino turístico mais competitivo do mundo, o que significa que está na Champions League. “Acredito que ainda há condições para aumentarmos o crescimento de visitantes, em especial nas regiões de interior” concluiu.
Coube a Pedro Machado encerrar os trabalhos. O presidente do Turismo Centro de Portugal, agradeceu à autarquia e ao Instituto Politécnico de Castelo Branco, o acolhimento dispensado, sublinhando o muito que foi conseguido durante os dois dias, “Atingimos o mais volumoso número de inscrições de sempre deste evento. Este Vê Portugal é uma aposta ganha na indústria do turismo e constitui um marco no debate sobre o mercado interno. Além disso, reforçou os laços entre os agentes privados e públicos, por um lado, e entre territórios, por outro”.
Após o encerramento dos trabalhos, em jeito de balanço, à comunicação social, Pedro Machado, deixou no ar um desejo que gostava de ver realizado o que tem sido um seu ‘cavalo de batalha’ ” Gostava muito de ver o Turismo assumir a sua verdadeira importância dentro da esfera do estado português, que era termos o Ministério do Turismo, no próximo quadro legislativo que aí vem já em outubro de 2019. Porque não dar-mos este passo qualificante e qualitativo daquilo que representa o turismo em Portugal”, acrescentado “ Não sinto a falta do ministro para trabalhar, nós trabalhamos felizmente e bem, não sinto a falta do ministro que venha dizer ás regiões aquilo que elas devem fazer, mas sinto a necessidade de uma convergência nacional que dê ao turismo a importância que ele devia ter e isso eu interpreto que poderia e devia ser corporizado na figura de um ministério.”