O Camisola Amarela Santander, Gustavo Veloso, até foi o primeiro a entrar na reta da meta, mas a vitória estava prometida a outro e a tática estava a ser aplicada na perfeição. Depois de bem lançado por todos os elementos do coletivo dirigido por Nuno Ribeiro, foi Daniel Mestre quem chegou ao risco de meta e saboreou o gosto do sucesso. O terceiro triunfo do alentejano na Volta foi efusivamente comemorado na equipa. Sem bonificações de tempo, era indiferente ao FC Porto ganhar com um ou outro corredor, uma vez que Veloso mantinha a liderança.
O espanhol, vencedor em 2014 e 2015, na véspera da Volta chegar à Torre, é líder com três segundos de vantagem sobre Mike Aristi (Euskadi-Murias) e Daniel Mestre passou a terceiro, com mais oito segundos. Mestre é agora o primeiro da classificação dos pontos, Camisola Verde Rubis Gás.
Uma etapa bem quente dentro e fora da competição
Começou com calor a etapa deste sábado, o primeiro dia em que a temperatura na Volta foi mais séria chegando os termómetros a registar 38 graus.
Em Santarém, à partida, estavam 30 graus os quais se afiguravam irrelevantes face à repercursão do castigo atribuído, no dia anterior, a Joni Brandão. O corredor da Efapel, terceiro classificado e um dos principais candidatos, foi penalizado com 10 segundos porque o Colégio de Comissários, depois de ver as imagens da RTP, decidiu castigar o que diz ter sido um impulso incorreto ao ciclista.
Polémicas à parte, a Volta saiu de Santarém para mais uma maratona de 194,1 quilómetros até Castelo Branco. Após oito quilómetros de prova, duas equipas africanas deram o tom para a fuga do dia. O português Guillaume Almeida (Bai Sicasal-Petro de Luanda) e o sul africano Jayde Julius (Protouch) lançaram-se para a frente e, como estavam muito atrasados na classificação, o pelotão pouco se importou. Só quando a vantagem passou os dez minutos é que a coluna decidiu começar a tirar tempo à fuga, ainda assim os homens da frente resistiram durante muito, muito tempo. O mais resistente, Jayde Julius, bem tentou ser teimoso e só foi alcançado a sete quilómetros da chegada quando o pelotão só pensava no sprint final.
Amanhã é dia de Etapa Rainha que culmina na Torre
Antes de subir à Serra da Estrela, este domingo, o pelotão vai estrear-se na vila de Pampilhosa da Serra. É uma das novidades do percurso da Volta deste ano e acontece exatamente no início da etapa Rainha que termina na Torre. Este ano, a batalha no ponto mais alto de Portugal Continental faz-se numa jornada de 145 quilómetros com cinco contagens de montanha. A escalada final pela vertente da Covilhã não se fazia desde 2015.
Uma Volta a Portugal mais limpa
Estando a Serra da Estrela à porta e à semelhança de outros anos, a organização da 81ª Volta a Portugal Santandercontinua o compromisso de reduzir o impacto ambiental associado a esta grande festa.
Este domingo (4) serão desenvolvidas ações no Parque Natural da Serra da Estrela para alertar e preservar essa paisagem particularmente valiosa e sensível do ponto de vista ambiental.
Em conjunto com a Câmara Municipal da Covilhã, as Águas da Covilhã, a Associação Geopark Estrela e a Associação Guardiões da Serra da Estrela serão desenvolvidas iniciativas em três frentes:
– Reforço dos dispositivos de recolha de lixo nos locais de maior afluência de púbico;
– Mobilização após a etapa dos elementos da organização e das entidades parceiras para recolha de resíduos com o objetivo de assegurar a limpeza de toda a zona envolvente à chegada da prova;
– Sensibilização do público para a importância da não deposição de resíduos na área protegida do Parque Natural da Serra da Estrela.
Consciente e empenhada em ter uma Volta mais limpa, a organização assume estas ações como um princípio que pretende consolidar para que o evento seja, cada vez mais, um bom exemplo para a sustentabilidade ambiental.