O conjunto de obrasagora expostasteve como início a exploração plástica dos “restos” de maquetas de arquitetura, resultando de um trabalho desenvolvido ao longo de 2019. João Amoêdo Pinto explorou estas superfícies fragmentadas através da sua justaposição a superfícies desconstruídas que tratou, plasticamente, com diferentes materiais que se conjugam, sob aabordagem e tratamento final de preto no branco.
Este trabalho e a utilização de materiais alternativos, resultantes também da recolha na rua, levaram a uma segunda fase no processo. Os mesmos foram tratados diretamente sob uma linguagem comum no que respeita à expressão plástica do autor, que assume a fragmentação resultante da sua intervenção ativa e expressionista sobre estas superfícies.
A memória de espaços, tempos e sentimentos de João Amoêdo Pinto surge em fragmentos no trabalho presente nesta exposição, como afirma o artista: “A memória assalta-me em fragmentos, do tempo que vivi, das palavras que disse e que não disse, de tudo o que sinto eme emociona, das influências que aceito e bebo como se fossem memórias minhas. A obra conduz-me à medida que a desenvolvo, fragmentada e intuitiva”. As peças têm, elas próprias, títulos relacionados com tempos ou momentos vividos e sentidos intimamente, como Raining at my windowou What If.
EXPOSIÇÃO “Fragmentos da Memória”
Local: Casa-Museu Medeiros e Almeida, em Lisboa, na Rua Rosa Araújo, 41
Periodo da exposição: de 3 a 14 de setembro de 2019
Horários: 2.ª a Sábado, das 10h00 às 17h00
Encerra ao Domingo
Sobre João Amoêdo Pinto:
Nasceu em Lisboa, em 1967, onde viveu a maior parte da sua vida. Cresceu numa família de arquitetos, colecionadores de arte e artistas, o que lhe proporcionou entrar em contacto com o mundo da arte ainda muito jovem.
Ter vivido fora de Portugal e, como surfista, ter viajado pelo mundo, permitiu a João Amoêdo Pinto entender melhor o ser humano e as diferenças sociais e culturais.
Desenvolveu a sua expressão artística entre 1989 e 1994, quando o design e a publicidade (a sua profissão) o desafiaram a desenvolver a sua criatividade de uma forma diferente. Em 2016, mudanças profundas na sua vida, juntamente com uma procura de crescimento emocional e espiritual, trouxeram-no de volta à expressão artística.
O trabalho de João Amoêdo Pinto é ditado pelo seu estado espiritual mais profundo: “Quando olho para o meu trabalho, seja com raiva, desapego, preocupação, alegria ou dor, faço-o sempre com entrega. Autodidata como artista, para mim, os temas são “insights” que refletem a minha cultura, estado de espírito, alma e experiências de vida, assim como a minha busca interior”.