“Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar”, a frase de Sophia de Mello Breyner Andresen surge como mote para a nova edição da “Egoísta”. Dedicada à Democracia, a revista inicia-se com um texto do Presidente da República ao qual se seguem propostas de Maria João Avillez, Hélia Correia, Ricardo Costa, João Gobern, Inês Pedrosa, Paulo Mendes Pinto, José Manuel Pureza, Francisco Mendes da Silva e João Soares. Rui Tavares e Sérgio Sousa Pinto escrevem artigos ilustrados por André Carrilho”, revela a editora, Patricia Reis.
“António Mega Ferreira escreve o perfil de Maquiavel. Espreitámos o arquivo de José Pacheco Pereira, o fotógrafo Gonçalo F. Santos fotografou-o, e fizemos o retrato de Alexandria Ocasio-Cortez, escrito por Patrícia Fonseca. Quisemos saber o que foi feito do legado de Francisco Sá Carneiro, Filipe Santos Costa entrevistou Vasco Pulido Valente, Gonçalo F. Santos fotografou a comida típica das campanhas eleitorais e João Porfírio revelou-nos os bastidores de vários momentos em que a Democracia nos pediu intervenção. A “Egoísta” celebra ainda a poesia com Filipa Leal e uma homenagem a Natália Correia”, sublinha Patricia Reis.
Os portfolios dos fotógrafos Alfredo Cunha e Fernando Ricardo mostram duas realidades e tempos: os mais jovens que têm o futuro nas suas mãos e os intervenientes e políticos portugueses em momentos históricos. Rui Soares Costa é o artista plástico português que nos surpreende e Pedro Goulão escreve sobre o seu trabalho. Na perspectiva internacional, espreitamos com humor a cena internacional com as pinturas de Eric Yahnker e vislumbramos um entendimento distinto do tempo por John Akomfrah. Não esquecemos as sufragistas e apresentamos as pinturas a óleo de Hugo Silva.
Mário Assis Ferreira, Director da revista “Egoísta”, escreve no editorial intitulado “Democracia Mutante”: “Derrotado o comunismo com a queda, em 1991, da União Soviética e as reformas de Deng Xiaoping na China, tudo parecia indicar que, salvo algumas marginais aflorações totalitárias, só sobreviveria a opção pela Democracia. Dramático equívoco esse: hoje, no desconcerto deste mundo em que vivemos, nada resta, de sustentável, para escolher! Não que a Democracia, enquanto mero epíteto constitucional, tenha minguado… Bem ao contrário, converteu-se em algo próximo a uma “Ideologia Mutante” e generalizou-se, como fórmula global, sob o cognome de Democracia: de directa a indirecta, de laica a teocrática, de representativa a parlamentar, de capitalista a participativa, de liberal a popular! Como se cada Constituição fora como um fato feito à medida do corpo que o veste, a disfarçar os defeitos de nascença do seu usuário… Como se fora uma capa a esconder inconfessas vocações totalitárias, na vã tentativa de, formalmente, legitimar autocracias, oligarquias, plutocracias, sob o pretexto de pretensos nacionalismos ou expansionismos geopolíticos…”
Produzida e desenhada pela 004 desde a primeira edição, a “Egoísta” conta atualmente com 89 prémios nacionais e internacionais, em 19 anos consecutivos de publicação.
A revista Egoísta pode ser encontrada à venda no Clube IN do Casino Estoril e do Casino Lisboa, para além de contar com uma campanha de assinaturas e poder ser consultada online.