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À conversa com Ari Vantanen e Miko Hirvonnen no Estoril Classic Week

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À conversa com Ari Vantanen e Miko Hirvonnen no Estoril Classic Week
Á conversa com Ari Vantanen e Miko Hirvonnen no Estoril Classic Week - © Bruno Taveira

Vatanen e Miko deram um verdadeiro espetáculo, quer na noite de Sintra [classificativa do Rally de Portugal Histórico], quer no Slalom do Autodrómo do Estoril. Ari Vatanen apresentou-se aos comandos de um Opel Manta 400, que guiou em 1983, com as cores da Rothmans. Por seu turno, Miko Hirvonnen conduziu um Ford Focus WRC.

Ao fim de tantos anos no desporto automóvel havia a curiosidade de saber a opinião de Vatanen sobre os Rallies Históricos. A resposta foi imediata “é como ver os velhos álbuns de família, onde se encontram os carros que guiamos quando eramos novos e nos lembramos da primeira namorada que tivemos”, mas diz sentir que a paixão pelos automóveis continua a crescer e que cada vez vê mais gente a participar ou assistir a eventos deste tipo. As pessoas são nostálgicas.

Falando de Rallies fala-se de público. Quando questionados, Ari e Miko, sobre o comportamento do público, ambos foram peremptórios ao afirmar que atualmente e genericamente as pessoas cumprem mais as regras de segurança. O público finalmente percebeu que se a segurança continuasse a ser posta em causa provavelmente os rallies acabavam. Relembrando a dureza da nossa polícia, Vatanen, não resistiu em recordar um episódio que lhe aconteceu em Arganil há bastantes anos atrás. Andava em passeio e perdido quando foi interpelado por uma patrulha. Tentou falar em inglês com os agentes que lhe disseram “Police England speak no Portugal, police Portugal speak no English”.

Embora corredor de rallies, Vatanen teve várias participações no Dakar, a última das quais em 2007. Porque não teve nenhuma participação na América do Sul ?  “Tinha abandonado a carreira na competição de rallies em 1989. Embora tivesse continuado a fazer o Dakar, tinha sido o ano em que havia começado a minha carreira política também. Assim, basicamente tinha deixado de ir ao Dakar porque já não tinha idade”, referiu Vatanen. E relembrou “o Dakar em Africa era aquele onde quem ia, ia com os olhos e de coração aberto. Ao atravessar aqueles países de extrema pobreza, mas de enorme generosidade ninguém saía como tinha entrado.” Em jeito de remate refere “gostava realmente de ter ido à América do Sul, mas agora o Rally vai mudar para a Arábia Saudita a hipótese está decididamente afastada dado que corre em países onde os direitos humanos são ignorados.”

O escasso tempo concedido transformou-se em longos minutos duma conversa “entre amigos” que a organização teve de interromper por motivos de agenda.

Foi para nós um privilégio estar com estes ícones do desporto motorizado, principalmente quando a conversa termina com um deles [Ari Vatanen] visivelmente comovido.